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domingo, 2 de agosto de 2015

umberto eco e o jornalismo de esgoto

Em entrevista ao programa Milênio da Globo News, Umberto Eco tratou do jornalismo sujo e, com sutilezas, falou da Globo sem se referir a ela. Do Jornal GGN reproduzimos a entrevista.

Umberto Eco disseca o jornalismo de esgoto para Ilze Scamparini

Sugerido por Percival Maricato
Do Consultor Jurídico
Entrevista concedida pelo semiólogo Umberto Eco à jornalistaIlze Scamparini, para o programaMilênio — um programa de entrevistas, que vai ao ar pelo canal de televisão por assinaturaGloboNews às 23h30 de segunda-feira com repetições às terças-feiras (17h30), quartas-feiras (15h30), quintas-feiras (6h30) e domingos (14h05).
Umberto Eco é um italiano que olha a realidade com óculos especiais. Defini-lo como escritor e crítico literário seria muito pouco. Também seria insuficiente nominá-lo como linguista, esse piemontês de Alexandria, de fama internacional é também filósofo e um ensaísta vivaz. Semiólogo, usa a ciência dos símbolos como um esquema mental. Grande apaixonado pela Idade Média, produziu obras como O Nome da Rosa, de 1980, um suspense filosófico ambientado no ano de 1327, que virou best seller e inspirou um filme com Sean Connery. Estudioso do fenômeno da comunicação, foi um dos primeiros por aqui a falar de linguagem televisiva. Acompanhou o nascimento da televisão italiana e do pensamento americano sobre a TV. Um princípio fundamental da sua narrativa é a suspeita, a desconfiança no que se diz. Umberto Eco põe em discussão qualquer interpretação sobre os fatos. Na sua casa em Milão ele nos mostrou a edição brasileira de Número Zero, o seu último livro que cita histórias da época contemporânea para falar de chantagem, intrigas e de reputações enlameadas dentro da redação de um jornal.
Ilze Scamparini — O senhor acabou de lançar uma espécie de manual do mau jornalismo. Criou uma redação de pretensiosos. Essa ideia vem de onde?
Umberto Eco —
 Há pelo menos, 30 anos que escrevo artigos e ensaios sobre os vícios do jornalismo. Uma visão de dentro, porque também escrevo em um jornal. Então, é um tema familiar para mim.

(segue em "mais informações")


terça-feira, 20 de maio de 2014

um direito de resposta histórico

Esta postagem não está referenciada a uma data redonda. Pelo menos não exatamente redonda. Ocorreu há pouco mais de 20 anos. Exatamente, seriam 20 anos, dois meses e cinco dias. Em 15 de março de 1994 o Jornal Nacional teve que ceder preciosos minutos para cumprir uma ordem judicial de direito de resposta à Leonel Brizola. Um momento histórico, sobretudo se pensarmos que os abusos da grande e oligopolizada mídia, continuam a cometer os abusos que atrasam o nosso processo democrático e que tornam tão importante a discussão sobre a Regulação da Mídia. Cid Moreira, a grande voz do dono, foi o responsável pela narração. Abaixo o vídeo e mais abaixo o texto de Fernando Brito contando os bastidores da ação, publicado no Tijolaço no dia da data redonda, dois meses e cinco dias atrás.



por Fernando Brito, no Tijolaço
Hoje, se completam 20 anos do dia em que Cid Moreira, com seu ar afetado e seus cabelos brancos (nem os muito velhos se lembram dele de cabelos pretos…), começou a ler o histórico direito de resposta de Leonel Brizola no Jornal Nacional.
Foi  a penúltima vitória do guri que saiu de Carazinho para enfrentar o mundo, um quixote gaúcho, do tempo em que os gaúchos eram quixotes e provocavam os versos geniais do pernambucano Ascenso Ferreira: Riscando os cavalos!/Tinindo as esporas!/Través das cochilhas!/Sai de meus pagos em louca arrancada!/— Para que?/— Pra nada!

terça-feira, 22 de abril de 2014

a tv excelsior e a ditadura

Este texto de Laurindo Leal recupera um pouco da nossa memória roubada. A TV Excelsior era a principal emissora do país na primeira metade da década de 60. Tida pela junta militar como mais independente do que deveria ser, passou a ser perseguida e sistematicamente censurada pela ditadura. Sofreu ainda dois incêndios em uma mesma semana e, finalmente, em 1° de outubro de 1970 o falecido jornalista Ferreira Neto, a serviço da ditadura, invade os estúdios, e, ao vivo, informa aos telespectadores que a TV estava extinta. Iniciava-se  ali, o reinado da Rede Globo.
Da Carta Maior
Laurindo Lalo Leal
Apesar do desfecho trágico que levou o Brasil a uma ditadura sanguinária, em termos de mídia estávamos melhor naquela época do que hoje.
"(continua em "mais informações")

domingo, 30 de março de 2014

o golpe militar e a entrevista de anivaldo padilha

Há cinquenta anos, em 31 de março de 1964, o Brasil sofreu um golpe militar, instigado e apoiado por uma elite civil burra. Esta lembrança é necessária porque a democracia no país é ainda um processo não consolidado. Falamos um pouco sobre isso no artigo o risco que corremos em outubro de 2012. Há ainda outras postagens que trataram do tema, como a última vitoria da ditadura em maio de 2010, ou, militares, os fardados e os de pijama há exatos dois anos, em março de 2012. Mais recentemente, em dezembro de 2013, publicamos a postagem Jango e a história fabricada e também fizemos a resenha crítica do filme 1964: um golpe contra o Brasil de Alípio Freire.
Este empório sugere, ainda, um extenso e importante artigo/reportagem do jornalista Luiz Cláudio Cunha publicado na revista Brasileiros, edição de janeiro de 2014, que causou grande repercussão. Cunha se deteve a analisar as razões do mea culpa da Rede Globo em relação à ditadura brasileira e do posicionamento crítico dos militares na ativa da Argentina,  do Chile, e do Uruguai em relação aos regimes militares em seus respectivos países, em contrapartida à posição dos militares brasileiros. O artigo "Por que os militares não imitam a Rede Globo" pode ser lido aqui .
Abaixo, uma entrevista de Anivaldo Padilha, pai do ex ministro Alexandre Padilha, concedida à Antonio Abujamra no seu programa "Provocações". A segunda parte pode ser vista acessando o link abaixo do vídeo.


A segunda parte da entrevista pode ser vista aqui

domingo, 31 de março de 2013

o ocaso do viomundo

Do Viomundo

Globo consegue o que a ditadura não conseguiu: calar imprensa alternativa



por Luiz Carlos Azenha

Meu advogado, Cesar Kloury, me proíbe de discutir especificidades sobre a sentença da Justiça carioca que me condenou a pagar 30 mil reais ao diretor de Central Globo de Jornalismo, Ali Kamel, supostamente por mover contra ele uma “campanha difamatória” em 28 posts do Viomundo, todos ligados a críticas políticas que fiz a Kamel em circunstâncias diretamente relacionadas à campanha presidencial de 2006, quando eu era repórter da Globo.

Lembro: eu não era um qualquer, na Globo, então. Era recém-chegado de ser correspondente da emissora em Nova York. Fui o repórter destacado para cobrir o candidato tucano Geraldo Alckmin durante a campanha de 2006. Ouvi, na redação de São Paulo, diretamente do então editor de economia do Jornal Nacional, Marco Aurélio Mello, que tinha sido determinado desde o Rio que as reportagens de economia deveriam ser “esquecidas”– tirar o pé, foi a frase — porque supostamente poderiam beneficiar a reeleição de Lula. ( segue em "mais informações)

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

é o julgamento do mensalão ou do holocausto?


Os Marinhos, os Frias, os Mesquitas e os Civittas dizem que se trata do "julgamento do século" e mais do que isso: já deram até o veredicto. Sobrou alguma coisa para o STF?

Um julgamento de exceção

por Antonio Lassance, na Carta Maior


Dizer que o mensalão é o maior escândalo de corrupção da história do país é corromper a própria história da corrupção do Brasil. É um favor que se faz a uma legião de notórios corruptos e corruptores de tantas épocas que jamais foram devidamente investigados, indiciados, julgados, muito menos condenados.

O que se pode de fato dizer sobre a Ação Penal 470 é que nunca antes, na história desse país, um escândalo foi levado, com está sendo agora, às suas últimas consequências.

Como é possível que, em apenas 2 anos (supostamente, de 2003 a 2005, quando foi denunciado), um único esquema tenha sido capaz de superar aqueles constantes de 242 processos engavetados e 217 arquivados por um único procurador-geral?

Também falta um pouco de noção de grandeza a quem acha que o financiamento irregular a políticos, de novo, em apenas dois anos, pudesse ter causado mais prejuízo aos cofres públicos do que o esquema que vendeu um setor econômico inteiro, como foi o caso da privatização do sistema de telecomunicações. Será mesmo que o mensalão também superaria, em valores e número de envolvidos, os esquemas que levaram ao único “impeachment” de um presidente brasileiro? Improvável.

Um espetáculo para inglês ver

O mensalão é o ponto culminante de um processo de crescente ativismo judicial que transborda para o jogo da política. Longe de ser um julgamento técnico, trata-se de um exemplo da politização da pauta do Judiciário. O grande problema para a Justiça é que a linha entre a politização e a partidarização é tênue. O bastante para que este Poder passe a ser alvo de suspeitas de que sua atuação esteja sendo orientada e dosada com base em quem se julga, e não no que se julga.
(continua)