segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

transitório

transitório
como o cão que um dia tive
como a palavra interrompida e não dita
como a folha, que seca,
pousa de eterna entre as letras do livro

transitório
como o movimento minimalista da mão que cerca esta taça

como a poeira que penetra e se adensa
no espaço a que não pertenço
porque nele me instalo como transitório

como a partícula, a célula, a bactéria
que se acomodam na não existência do olhar

transitório como a lupa
que amplia o passar

como o passo que não acolhe o caminho

como o rio heráclito

como a relva orvalhada desfalecida ao meio do dia

transitório como a dor sentida
e o amor perdido

transitório como a pausa irrefletida
como o cansaço ora assumido

como a intenção
(não qualquer intenção mas aquela imprudente que se acerca do que não a extrapola,
daquilo que lhe escapa, daquilo que lhe corrompe)

como a matéria não aparente
aquela que transborda
aquela que sucumbe

transitório
como o esteves sem metafísica
como todas as tabacarias
como o ar neblinado e como o tempo não acolhido

transitório
como o interregno
(mais que o interregno: aquilo que não mais sendo, ainda não é)

como a pedra que ensina
a pedra lisa
a pedra áspera
a pedra densa
a pedra de joão

transitório como a queda

transitório como uma vida sem rumo

como as sobras esfareladas
que vão se perdendo
uma
a
uma

uma
a
uma
...
.
.
.


segunda-feira, 27 de novembro de 2017

o fim do sonho americano

Agora liberado no Youtube, o documentário/entrevista com Noam Chomsky é uma peça fundamental para entendermos a construção do mundo em que vivemos.


sexta-feira, 27 de outubro de 2017

pitacos da mostra 2017

Os "pitacos da mostra" é uma seção tradicional deste empório com comentários ( e não necessariamente sinopses) brevíssimos dos filmes que vamos assistindo neste post que é dinâmico. Neste ano, o tempo ( sempre ele) se apresenta mais curto e talvez a seção seja mais enxuta. Boa Mostra!
(a partir de "mais informações")

sábado, 21 de outubro de 2017

41° mostra internacional de cinema de são paulo


Com dois dias de atraso, este empório que tradicionalmente acompanha a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, dá boas vindas ao maior e mais antigo evento cinematográfico do país.
Se na Mostra de 2016 os temas políticos foram a essência ( lembramos a postagem feita no ano passado aqui e os costumeiros pitacos da mostra ) a deste ano não fugirá dessa essência, tratando novamente da questão dos refugiados com o essencial filme do chinês radicado na Alemanha Ai Weiwei com o seu filme "Human Flow " e de outros temas da emergência do mundo atual. Há ainda, neste ano pela primeira vez, a apresentação de filmes com tecnologia de realidade virtual. Serão 19 ao todo. Mas como se tratam de mais de 400 filmes, a definição de uma linha conceitual acaba por ficar mais flexível, como de certa forma, sempre foi a proposta da Mostra.

Com o atropelo do tempo - tema, aliás, tão pertinente nos nossos "tempos" e do editor deste empório - trago o texto de Maria do Rosário Caetano da Revista de Cinema que apresenta as suas impressões a partir das considerações da diretora da Mostra, Renata de Almeida. O texto aqui 


(S
e o tempo for um aliado nas duas próximas semanas, este empório tentará postar paulatinamente os seus Pitacos da Mostra).



terça-feira, 26 de setembro de 2017

jardim de epicuro, por josé américo motta pessanha

Em tempos tenebrosos como o que vivemos, Epicuro pode ser um "phármakon", na sua forma de remédio. O professor José Américo Motta Pessanha, falecido precocemente em 1993, nos deu uma boa síntese do tema.

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

art blakey & the jazz messangers live in '58

Uma preciosidade
(o vídeo postado anteriormente era o show inteiro mas foi bloqueado. Do mesmo show tiramos, então, liberada, a música Moanin)

na estrada com hettie jones

O movimento beat do final do anos 50 e início dos 60 nos EUA e que precedeu o movimento hippie, foi sinteticamente definido por Allen Ginsberg "como um grupo de amigos que trabalharam juntos na poesia, na prosa e numa consciência cultural". Além de Ginsberg, os outros dois expoentes do movimento sempre lembrados são  Jack Kerouac e William  S. Burroughs.
Mas há muitos mais e muitas mulheres compuseram o movimento. A professora Miriam Adelman trabalhou sobre o tema no estudo "Metáforas de autoria feminina" publicado inicialmente naRevista Contemporartes ". Um outro estudo, pesquisando na internet, é de Priscila Finger do Prado, que se debruçou sobre o tema com enfoque principal sobre a poeta Hettie Jones que tem como obra central o livro "Drive". O estudo aqui. "Drive" remete à estrada, à liberdade, mas diante de uma perspectiva femininista. Abaixo o poema Direção ( Hard Drive) de Hettie Jones com tradução de Miriam Adelman.
Direção 

No sábado os ursos de pelúcia flutuavam de novo
sobre o Major Deegan
dançando no plástico ao longo do corrimão da ponte
sob um céu meio nublado, meio azul
e havia nuvens brancas
chegando do oeste

o que talvez fosse suficiente
para alguém acostumado ao prazer
em pequenas dosagens

Porém mais tarde ao pôr do sol
dirigindo rumo ao norte pelo Saw Mill
no vento forte, com as nuvens grandes que flutuavam
por sobre a estrada como animais
mostrando orgulhosomente suas rosadas barrigas
num momento de luz intensa
vi uma casa tipo Edward Hopper
tão simultânea e extraordinariamente clara e escura
que eu chorei todo o caminho da Rota 22
aquelas lágrimas incontroláveis
 “como se o corpo chorasse”

e portanto,  mulheres jovens
eis aqui o dilema
em si a solução:

sempre fui ao mesmo tempo
mulher o suficiente para comover-se até o pranto
e homem o suficiente
para pegar o carro e me mandar
em qualquer direção




terça-feira, 11 de julho de 2017

a tragédia brasileira

Talvez a questão ou a pergunta central hoje é: "como chegamos nesta situação?"
A história do Brasil se mistura com a construção histórica de colonização pela qual passa e, de uma certa forma continua passando, a América Latina.
As cercas que foram sendo instaladas no continente, arquitetaram uma dominação hereditária moldada pela perpetuação e, por isso, as classes dominantes sempre se eriçaram quando ameaçadas, usando as forças compatíveis para cada ameaça. O resultado foram os inúmeros golpes de estado perpetrados, muitos deles de forma sanguinária. Os golpes hoje têm caráter diferente. Não são mais necessários os tanques dos exércitos nas ruas (para lembrar de um artigo premonitório de 2012, o risco que corremos). É o que acontece no Brasil neste momento de rompimento do processo de construção da democracia que vínhamos exercitando. E o rompimento se deu não porque tivesse havido uma ameaça que pudesse mudar a propriedade do capital. Nem tão pouco um pequeno abalo sísmico nessa propriedade fazia parte do roteiro. De 2003 a 2014 o país apenas deu uma guinada civilizatória; um olhar novo, que apontava para as classe sociais que mais necessitavam, e esse desvio do olhar passou a chamar a atenção e incomodar os hereditários donos do poder. Pobres tendo mais dignidade, negros sendo inseridos, indígenas sendo respeitados, mulheres exercendo posições de comando, questões de gênero sendo discutidas com respeito. É tudo que os donos do poder não admitem. E pouco importa se a economia cresceu barbaramente. Se as suas empresas venderam como nunca. Se o desemprego desapareceu. O que eles não queriam e não querem é que o sumo desse crescimento seja melhor distribuído, ainda que isso não altere em nada as suas fortunas. O que não aceitam é que, ainda que timidamente, os dos andares de baixo vislumbrem alguma possibilidade de se colocarem em espaços aos quais a eles não foram destinados. Os aeroportos se estabeleceram, no período, como locais do simbolismo do incômodo. Por definição histórico-elitista, aos serviçais a rodoviária ou, nos aeroportos, apenas na condição de serviçais.
Aos donos hereditários do poder não importa que o Brasil seja respeitado no hemisfério norte. Preferem o vexame da sua elite representada ao sucesso, se este vier de um representante com a cara do povo.
(segue em "mais informações")


segunda-feira, 26 de junho de 2017

alice..., do giramundo

Neste empório, variados são os produtos na prateleira. É como a Mercearia Paraopeba, objeto de duas postagens aqui . Os nossos temas são variados. Quando falamos de cultura em geral ou das artes, fazemos artigos que se relacionam com eventos que visitamos ou assistimos e, das observações, cunhamos as críticas. Não é o caso desta postagem. Não é possível acompanhar tudo que a vontade instiga. O tempo é sempre escasso. Como uma metáfora da vida, mais acumulamos perdas do que achados.
É o caso do espetáculo "Aventuras de Alice no País das Maravilhas" do excelente grupo mineiro de teatros de bonecos, o Giramundo, que não assistimos, o que acumula a nossa pilha das perdas.
O "Alice no País das Maravilhas" do Giramundo explora com maestria, segundo a maioria das críticas, o universo construído por Lewis Carrol, essa obra que gera infindáveis interpretações e que cabem nas mais variadas caixas. O Giramundo abriu as suas e liberou seus bonecos para adentrar a toca do coelho.
Abaixo, o vídeo que conta a construção dessa viagem.

quarta-feira, 7 de junho de 2017

gonçalo m. tavares

Acabo de ler o livro "Aprender a rezar na era da técnica" do escritor português Gonçalo M. Tavares. Já havia lido dele "Os velhos também querem viver". Gostei, sobretudo de "Aprender a rezar...", mas é pouco para dizer qualquer coisa a respeito do escritor. Este livro faz parte da tetralogia "O Reino" que inclui ainda Um homem: klaus Klump, A Máquina de Joseph Walser e Jerusalén.
Saramago, ao entregar ao escritor um dos vários prêmios que recebeu, disse-lhe: "você não tem o direito de escrever tão bem aos 35 anos: dá vontade de te bater". E essa é uma questão. Tavares, apesar de jovem ( tem hoje 47 anos) já tem uma estante cheia só com os seus livros e isso, segundo o crítico português Gonçalo Mira, torna a sua obra muito irregular.
Abaixo a crítica, publicada no portal português Público

CRÍTICA LIVROS

De mau a excelente

Não é incompatível dizer que Gonçalo M. Tavares é o melhor escritor português do século XXI e que também faz livros maus. Duas obras simultâneas provam-no

segunda-feira, 15 de maio de 2017

"deserto vermelho", um incômodo

Revi ontem, depois de, não sei, talvez vinte anos, o filme "Deserto Vermelho" de Michelangelo Antonioni que faz parte da grande mostra Aventura Antonioni que ocorre no Centro Cultural Banco do Brasil e no Sesc.
Terminado o filme, pensei que este deve ter sido um dos filmes de cabeceira de David Lynch em função da peculiar construção da narrativa e comecei a rascunhar uma crítica, interrompida, porque me senti contemplado com a crítica de Ruy Gardnier da Revista de Cinema Contracampo.
A personagem Giuliana, vivida por Monica Vitti, tem uma pertubação mental e a trama é toda enredada a partir dessa pertubação o que causa um certo incômodo no espectador.
Destaco uma frase, antes de reproduzir a crítica na íntegra: Deserto Vermelho consegue a enorme façanha de ser fiel à desorientação de sua personagem. É, de fato, uma façanha.


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(o texto clicando em "mais informações")

sexta-feira, 12 de maio de 2017

foi-se antonio candido

Já com 98 anos, o mestre Antonio Candido concedeu esta generosa entrevista.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

belchior em 1974

Um vídeo raro e muito interessante de Belchior ainda antes de "Alucinação". O programa era o MPB Especial, que daria no Ensaio, consagrado por Fernando Faro.
Uma curiosidade é que a música "A Palo Seco" já existia quando foi feita a entrevista e o trecho em que Belchior, no disco lançado em 1976, diz "...que esse desespero é moda em 76" no vídeo que é de 74, o trecho era "...que esse desespero é moda em 73".
Vale à pena assistir.



sexta-feira, 28 de abril de 2017

mac usp

foto de gê cesar de paula
Foi muito difícil o processo. A partir de 2009 uma contenda entre a Secretaria da Cultura e a reitoria da USP do então reitor, e de não boas lembranças, João Grandino Rodas, escolhido a dedo pelo governador da ocasião José Serra, atrasou a ocupação do MAC no histórico prédio no Ibirapuera por décadas ocupado pelo Detran.
O prédio, originalmente projetado por Oscar Niemeyer, foi inaugurado em 1954 para abrigar o Palácio da Agricultura mas de 1959 a 2008 foi sede do Detran.
E, finalmente, precisando ainda de alguns ajustes, os 8 andares do prédio principal, inclusive o terraço, estão disponíveis para a visitação. E apresenta grandes exposições (veja aqui ) com uma parte do acervo que conta com mais de 10 mil obras, entre elas, Picasso, Miró, Matisse, De Chirico, Klee, Morandi, Kandisnk, Modigliani entre muitos outros, bem como mestres da arte contemporânea brasileira como Tarsila, Anita, Di Cavalcanti, Volpi, Brecheret...
Vale se debruçar também sobre a exposição "Vizinhos Distantes", que apresenta grandes obras, de arte latino americana, também do acervo do museu. Mas chama atenção a exposição-experiência "Momentos Temporários" do artista russo Fyodor Pavlov-Andreevich que instiga a reflexão sobre opressões e desigualdades sociais e que, segundo uma fonte, exatamente pelos temas que aborda, o folheto da exposição teria sido recolhido. Ficamos assim, com o verbo no condicional.

Como o prédio fica no complexo do Parque do Ibirapuera, sugiro um ótimo artigo de Leão Serva "Quem roubou a metade do Ibirapuera" publicado em agosto de 2014. O texto aqui .

sexta-feira, 31 de março de 2017

primeira dor

O conto "Primeira dor" inicia uma sequência de quatro pequenos contos de "Um Artista da fome" que, junto com a novela "A Construção" fazem, conforme o crítico e tradutor da obra Modesto Carone, "o testemunho literário de Franz Kafka". A coletânea foi escrita pouco antes da morte do escritor que ocorreu em 1924.
"Primeira dor", o menor conto do livro, nos apresenta o trapezista que - como o Barão de o "Barão nas Árvores" de Ítalo Calvino que escolheu nunca mais descer ao solo - não tinha como perspectiva da sua vida descer do trapézio. A dor não física, é apresentada por Kafka de maneira cortante.
A partir de "mais informações", o pequeno grande conto na íntegra.

domingo, 5 de março de 2017

chega de saudade e la fiesta



 ...e de quebra (e que "quebra") um (ou o grande) clássico de Chick Corea, "La Fiesta", também com mágica participação de Gary Burton.

sexta-feira, 3 de março de 2017

os moedeiros falsos e o brasil privatizado

Neste momento de neoliberalismo subserviente e antiquado pelo qual passa o país, nos parece pertinente lembrar de um artigo escrito em 1994 por José Luis de Fiori, e que depois virou livro, os dois com o mesmo nome: "Os moedeiros falsos", uma alusão ao livro de mesmo nome de André Gide. Outro livro que procura dar conta do momento de entrega do país através de FHC é o "Brasil Privatizado" de Aloysio Biondi, escrito inicialmente em 1999 e reeditado em 2014 ( boa matéria aqui ). São duas obras que explicam o país.
Abaixo o longo artigo publicado pela Folha, uma outra Folha, a de 94.

" O real não foi criado para eleger FHC, FHC é que foi concebido para viabilizar no Brasil as teses do Consenso de Washington".


OS MOEDEIROS FALSOS
JOSÉ LUÍS FIORI
ESPECIAL PARA A FOLHA
"Afinal é preciso admitir, meu caro, que há pessoas que sentem necessidade de agir contra seu próprio interesse..."
André Gide
"É importante para um 'technopol' vencer a próxima eleição para continuar a implementar sua agenda e não para manter-se no cargo. Vencer uma eleição abandonando suas posições é para ele uma vitória de Pirro."
John Williamson
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Entre os dias 14 e 16 de janeiro de 1993, o Institute for International Economics, destacado "think tank" de Washington, tendo à frente Fred Bergsten, reuniu cerca de cem especialistas em torno do documento escrito por John Williamson, "In Search of a Manual for Technopols" (Em Busca de um Manual de 'Tecnopolíticos'), num seminário internacional cujo tema foi: "The Political Economy of Policy Reform" (A Política Econômica da Reforma Política).
Durante dois dias de debates, executivos de governo, dos bancos multilaterais e de empresas privadas, junto com alguns acadêmicos, discutiram com representantes de 11 países da Ásia, África e América Latina "as circunstâncias mais favoráveis e as regras de ação que poderiam ajudar um 'technopol' a obter o apoio político que lhe permitisse levar a cabo com sucesso" o programa de estabilização e reforma econômica, que o próprio Williamson, alguns anos antes, havia chamado de "Washington Consensus" (Consenso de Washington).
Um plano único de ajustamento das economias periféricas, chancelado, hoje, pelo FMI e pelo Bird em mais de 60 países de todo mundo. Estratégia de homogeneização das políticas econômicas nacionais operada em alguns casos, como em boa parte da África (começando pela Somália no início dos anos 80), diretamente pelos técnicos próprios daqueles bancos; em outros, como por exemplo na Bolívia, Polônia e mesmo na Rússia até bem pouco tempo atrás, com a ajuda de economistas universitários norte-americanos; e, finalmente, em países com corpos burocráticos mais estruturados, pelo que Williamson apelidou de "technopols": economistas capazes de somar ao perfeito manejo do seu "mainstream" (evidentemente neoclássico e ortodoxo) à capacidade política de implementar nos seus países a mesma agenda e as mesmas políticas do "Consensus", como é ou foi o caso, por exemplo, de Aspe e Salinas no México, de Cavallo na Argentina, de Yegor Gaidar na Rússia, de Lee Teng-hui em Taiwan, Manmohan Singh na Índia, ou mesmo Turgut Ozal na Turquia e, a despeito de tudo, Zélia e Kandir no Brasil.
Um programa ou estratégia sequencial em três fases: a primeira consagrada à estabilização macroeconômica, tendo como prioridade absoluta um superávit fiscal primário envolvendo invariavelmente a revisão das relações fiscais intergovernamentais e a reestruturação dos sistemas de previdência pública; a segunda, dedicada ao que o Banco Mundial vem chamando de "reformas estruturais": liberalização financeira e comercial, desregulação dos mercados, e privatização das empresas estatais; e a terceira etapa, definida como a da retomada dos investimentos e do crescimento econômico.
(continua em "mais informações")

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

moby - everloving

sábado, 18 de fevereiro de 2017

o dia em que raduan enfrentou o guarda

O DIA EM QUE RADUAN ENFRENTOU A GUARDA

por Irajá Menezes

'Infelizmente, nada é tão azul no nosso Brasil. Vivemos tempos sombrios'.
Do começo ao fim de seu discurso, Raduan Nassar se posicionou sem meias palavras contra o golpe e seus cães de guarda.
'Não há como ficar calado', concluiu.
Lendo sobre a atitude do nosso grande escritor, lembrei de uma história com o Roberto Freire, mas não esse, da triste figura de ministro golpista. Refiro-me a Roberto Freire o psicanalista-escritor-teatrólogo-novelista, criador da Somaterapia e pai daquele moço que toca viola que é uma maravilha.
Esse Freire de que vos falo, não muitos sabem, foi jurado de todos os concursos da chamada 'Era dos Festivais', no período entre 1965 e 1972.
Foi Freire, por exemplo, quem comunicou à produção da Record, em 66, que Chico Buarque não aceitava ganhar de 'Disparada' (e aí, "deu" empate entre 'A Banda' e a música do Vandré).
É importante lembrar que eram dois os grandes festivais que aconteciam anualmente na TV, um na Record e outro na Globo. O da Globo tinha duas etapas, a nacional e a internacional. As duas primeiras colocadas da primeira fase defendiam o Brasil no certame internacional.
No Festival da Globo de 1972 - aquele que teve 'Cabeça', de Walter Franco, 'Fio Maravilha' com Maria Alcina e 'Eu Quero é Botar meu Bloco na Rua' (desclassificada!!!), de Sérgio Sampaio - dias antes da final nacional, Solano Ribeiro, o diretor artístico, recebeu de Walter Clark (chefão da Globo) a seguinte instrução: 'Os militares mandaram você afastar a Nara do júri'.
(continua em mais informações)


domingo, 22 de janeiro de 2017

sartre e camus

As divisões no campo da esquerda nunca foram fenômenos localizados ou circunscritos a um determinado tempo. A dialética, ou o processo de reflexão da realidade e de construção histórica, sempre foram os componentes básicos para as disputas na esquerda. Nas décadas de 40 e 50 esses debates foram intensos, e dois personagens centrais da França ocupada pelos nazistas foram os protagonistas: Camus e Sartre. Este pequeno documentário faz uma síntese desse momento e dessas duas figuras.
(Documentário de 2014 de Chiloé Productions, veiculado pelo Canal Curta e reproduzido por Eremita.)

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

"human" por yann arthus-bertrand - volume 3

"O VOL.3 trata dos temas da felicidade, da educação, da deficiência, da corrupção e do sentido da
vida"

"human" por yann arthus-bertrand - volume 2

O VOL.2 trata dos temas da guerra, do perdão, da homossexualidade, da família e da vida após a
morte.

"human" por yann arthus-bertrand - volume 1

Yann Arthus-Bertrand é um fotógrafo e documentarista da vida. "Documentarista da vida", talvez seja uma boa definição para as realizações que ele faz através das suas fotos e de seus filmes. São peças com extraordinária beleza imagética e com conteúdos poderosos. Bertrand apresentou inicialmente várias regiões da Terra com imagens aéreas até começar a fazer filmes com temáticas ambientais apontando para os rumos aos quais o planeta está sendo levado. "Home" 2009, "Planeta Oceano" 2012 e "Terra" 2015, (imperdíveis) fazem parte dessa fase. Também em 2015 foi lançado o projeto "Human, uma viagem pela vida", que este empório agora reproduz os seus 3 capítulos já liberados no Youtube. Nesta postagem o primeiro e os posteriores nas postagens seguintes, acima.

"O VOL.1 trata dos temas do amor, das mulheres, do trabalho e da pobreza