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terça-feira, 22 de outubro de 2019

pitacos da mostra - 2019


Conforme dissemos na última postagem, tentaremos retomar o nosso tradicional "pitacos da mostra" nessa que é uma postagem dinâmica que será atualizada à medida que novos filmes forem assistidos. O "pitacos" é uma seção tradicional deste empório com comentários ( e não necessariamente sinopses) brevíssimos dos filmes que vamos assistindo.
Neste ano colocaremos também as sinopses oficias da página da Mostra.

(Terminado! Fecho, lá embaixo, com o filme premiado na Mostra, Syster Crasher e a partir dele comento: "
Acho que esse prêmio é indicativo de que esta Mostra esteve longe de ser das melhores. Seria o resultado do momento de tantas incertezas que vivemos no mundo?)

(Ver também 
cinema com pitacos de outros anos e outros textos)

Wasp Network, de Olivier Assayas (França/Brasil/Espanha/Bélgica, 2019) - Filme multinacional realizado a partir do livro "Os Últimos Soldados da Guerra Fria" de Fernando Morais, com presenças de Penélope Cruz, Gael Garcia Bernal e Wagner Moura. Apesar de uma certa quebra de ritmo, temos uma história bem contada. Até Fidel em carne e osso aparece por lá.

http://43.mostra.org/br/filme/10038-WASP-NETWORK )

Devorar, de Carlo Mirabella-Davis (EUA/França, 2019) - Hunter, mulher com um trauma familiar se  depara, após seu casamento, com uma estranha compulsão de engolir objetos. Grande interpretação da atriz Haley Bennett neste drama psicológico não resolvido.

http://43.mostra.org/br/filme/10011-PARTIDA )

Meu nome é Sara, de Steven Orittt (EUA, 2019) - Um equívoco. Imaginem um filme sobre Canudos no sertão nordestino, com atores falando em inglês. Oriitt fez isso para um filme passado na Ucrânia na Segunda Guerra e ainda com um padrão roliudiano. Não deveria estar na Mostra.
http://43.mostra.org/br/filme/9810-MEU-NOME-E-SARA )

Partida, de Caco Ciocler (Brasil, 2019) - Uma viagem quixotesca em busca de uma utopia. O filme só acontece no final quando há o encontro mágico com Mujica.

O Pássaro Pintado, de Václav Marhoul (República Theca, Ucránia Eslováquia, 2019) - A estética da crueldade humana jogada, jorrada, inundada na tela, amenizada pela linda fotografia preto&branco. O grande desafio é permanecer na sala durante as quase três horas de projeção. Não que o filme seja ruim, é que são muitos socos no estômago pelo caminho.
http://43.mostra.org/br/filme/9838-O-PASSARO-PINTADO )

Cavalos Roubados, de Hans Petter Moland ( Noruega/Suécia/Dinamarca, 2019) - Filme memorialístico. Roteiro trabalha muito bem as idas e vindas do tempo. Muito difícil um filme da Escandinávia que não seja bom. Esse é mais um exemplo.
http://43.mostra.org/br/filme/9949-CAVALOS-ROUBADOS )


Gutterbee, de Ulrich Thomsen ( EUA/Dinamarca, 2019) - Um erro eu ter entrado na sala. Acontece, por vezes, na Mostra. Vi que o diretor é dinamarquês e fui levado ao erro. Ele pode ser dinamarquês mas é um autêntico american way of life. Com pouquíssimas pessoas na grande sala do Cine Arte, o diretor estava presente para um debate. Não sei se teria pessoas suficientes para isso. Não conte comigo!

O Dia depois que eu parti, de Nimrod Eldar ( Israeal, 2019) - Trilogia da incomunicabilidade num mesmo filme. A primeira entre o pai e a filha adolescente. A segunda entre judeus e palestinos. A terceira entre o filme e o espectador.
http://43.mostra.org/br/filme/9811-O-DIA-DEPOIS-QUE-EU-PARTIR ) 


Bille, de Inara Kolmane ( Letônia, Repúplica Theca, Lituânia) - O mundo sobre o olhar da talentosa criança Bille, que escolheu se chamar Vizma. Não há a informação na sinopse oficial de que o filme retrata a infância da escritora Vizma Belsevica, prêmio Nobel de Literatura nascida na Letônia. Bom filme para a sessão da tarde.( http://43.mostra.org/br/filme/9773-BILLE )

O Turista Suicida, de Jonas Alexander Arnby (Alemanha, Noruega, Dinamarca, 2019) - Diante da imposição da morte, o duelo entre o real e o imaginário. Grande filme a lá David Lynch.
( Vi o filme de maneira diferente desta crítica: ( 
https://cinemascope.com.br/criticas/o-turista-suicida/ )

http://43.mostra.org/br/filme/9822-O-TURISTA-SUICIDA )

O Carcereiro, de Nima Javidi ( Irã, 2019 ) - Esqueçam Kiarostami, Makhmalbaf, Panahi. Javidi é a nova geração do cinema iraniano e trás com ele uma proposta rítmica diferente. Um novo jeito de contar uma história que ele fez bem com seu carcereiro, nos prendendo o tempo todo.
http://43.mostra.org/br/filme/10026-O-CARCEREIRO )

O Jovem Ahmed, dos irmãos Dardenne, Jean Pierre e Luc ( Bélgica, França, 2019) - Os Dardennes levaram mais um prêmio, desta vez o de melhor direção em Cannes pelo filme. Como sempre, a câmera agitada, acompanhando de perto os passos de Ahmed, um menino vítima do fanatismo que pode levar aos extremos. Bom filme.
http://43.mostra.org/br/filme/9895-O-JOVEM-AHMED )

Ecos, de Rúnar Rúnarsson (Islândia, França, 2019) - Não há um fio condutor. Não há uma história. São pedaços da vida na Islândia. Poderia ser caótico mas não é. A montagem é o filme, razão pela qual informo também o montador: Jacob Secher Schulsinger
http://43.mostra.org/br/filme/9782-ECOS )

Pewpewpew, de Sergey Vasiliev (Suécia, 2019) - Um retrato de uma nova geração que busca na fama um lugar no mundo. Uma espécie de vidas sem rumos em uma distopia. O filme fica entre o estranhamento e o incômodo.
http://43.mostra.org/br/filme/9901-PEWPEWPEW )

O Ritual, de Brendan Walter (Islândia/EUA, 2019) - A Islândia novamente em cena, mas agora uma Islândia mística, bonita e inóspita que recebe Benny, um desenhista estadunidense que perde sua companheira alcoólatra e, em um ritual macabro, acaba a reencontrando. Linhas que não se comunicam.
http://43.mostra.org/br/filme/9952-O-RITUAL )

Viver para cantar, de Johnny Ma (China, 2019) - Trupe de ópera familiar que carrega as histórias e a tradição milenar chinesa, tenta resistir ao envelhecimento, à falta de renovação do seu público e as mudanças da China. Bonito plasticamente mas superficial e um tanto cansativo. Deve entra em cartaz.
http://43.mostra.org/br/filme/9916-VIVER-PARA-CANTAR )

Heróis Nunca Morrem, de Aude Léa Rapin (Bósnia, França, Bélgica, 2019) - Um filme dentro do filme mas não como uma metalinguagem. Somos espectadores de um projeto de filme que vai se desenvolvendo a partir de um absurdo. Neste percurso o filme em construção vai nos levando até um final redentor. Um final que transforma um filme ruim em muito bom.
http://43.mostra.org/br/filme/9788-HEROIS-NUNCA-MORREM )

Synonyms, Nadav Lapid (França, Israel, Alemanha, 2019) - Parece haver um propósito no filme que é estabelecer a desconexão e ruptura do personagem Yoav  já a partir de uma câmera tremida, agitada, nervosa. Não há o fio que estabeleça a condução e os personagens surgem mais no desvínculo que no vínculo. Yoav aparece pelado num apartamento em Paris depois do abandono de uma Israel que ele quer matar e termina no desencontro de uma liberdade que imaginava encontrar. Premiado com o Urso de Ouro e do Prêmio da Crítica de Berlim me pareceu um exagero, ou, pela falta, temos então uma crise de cinematografia.
http://43.mostra.org/br/filme/9825-SYNONYMS )

O Pai, de Kristina Grozeva e Petar Valchanov (Bulgária/Grécia, 2019) - Alguns exageros pelo caminho não comprometem o resultado final. Vale à pena!

http://43.mostra.org/br/filme/9830-O-PAI )

Pertencer, de Burak Çevik (Turquia, Canadá, França, 2019) - Depois de um longuíssimo off, começa o filme. E um ótimo filme. O mais inovador que assisti nesta Mostra até agora. Há uma cena em que a conversa se desenrola com a câmera fixa, focando apenas a mesa com alimentos e as mãos que os manipulam e fica a sensação que é assim mesmo que deveria ser feito, ainda que dessa forma inusitada. Muito bom!

Famyly Romance, de Werner Herzog (EUA, 2019) - Há que se respeitar Herzog, mas este Famyly Romance não atinge a ilusão comercializada do enredo do filme. Uma pena, porque haveria muito pano para manga com o tema proposto, neste mundo cada vez mais envolto pela solidão, pelas aparências e pelas falsificações.
http://43.mostra.org/br/filme/9874-FAMILY-ROMANCE,-LTDA )

A Garota com a Pulseira, de Stéphane Demoustier (França, 2019) - Filme de tribunal. Um bom filme de tribunal.
http://43.mostra.org/br/filme/9832-A-GAROTA-COM-A-PULSEIRA )

Apagada, Miha Mazzini (Eslovênia, Croácia, Sérvia, 2018) - A história parece inverosímel, mas é real e aconteceu como sequelas da guerra de divisão da Iugoslávia no início dos anos 90. Mais um retrato da capacidade ilimitada da estupidez humana. Bom filme.
http://43.mostra.org/br/filme/9936-APAGADA )

Crônica de um Desaparecimento, de Elia Suleiman (Palestina, 1996) -  Filme experimental. Sinceramente, não entendi a proposta e acabei não gostando, mas fiquei curioso para conhecer mais o seu trabalho. Coloco esta crítica da Folha https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2019/10/autor-personagem-elia-suleiman-mescla-humor-e-politica-em-seu-melhor-filme.shtml

http://43.mostra.org/br/filme/9745-CRONICA-DE-UM-DESAPARECIMENTO )

Sibyl, de Justine Triet (França, Bélgica, 2019) - Uma típica narrativa francesa que envolve a  psicanálise, o indivíduo como criador subjetivo da sua vida e toda a complexidade além do divã. Mas não acerta a mão e o resultado acaba não sendo mais do que um passatempo francês.
http://43.mostra.org/br/filme/9903-SIBYL )

De quem é o sutiã? , de Veit Helmer (Alemanha, 2018) - Não tenho informação, mas Helmer deve ter no mínimo pensado em "O Homem da Linha" do holandês Jos Stelling, filme que venceu o prêmio do público na longínqua 10° Mostra. São filmes diferentes mas o chute inicial parece ser o mesmo. Este "De quem é o sutiã", como em boa parte de "O homem da Linha", não tem diálogo e o enredo se dá entre o absurdo, ou inusitado, e a comédia farsesca. Começa muito promissor mas vai se perdendo pelo caminho.
http://43.mostra.org/br/filme/9954-DE-QUEM-E-O-SUTIA )

Simpathy For The Devil, de Guillaume Fontenay (França, 2019) - Outro filme que retrata a guerra na extinta Iugoslávia. A catástrofe humana se revelou de maneira muito contundente nessa guerra, sobretudo no cerco à Sarajevo a partir da ótica do jornalista Paul Marchand, no filme interpretado por Niels Schneider. Muito bom filme!

Monos, de Alejandro Landes (Alemanha, Argentina, Colômbia,Holanda,Suécia, Uruguai, 2018) - Em 102 minutos o pobre espectador não tem a mínima ideia do que é que está acontecendo. No popular, eu diria que o filme não tem nem pé e nem cabeça. Não tem origem e não tem destino. Achei esta crítica que dá mais conta disso que eu resumi: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-255064/criticas-adorocinema/
http://43.mostra.org/br/filme/10040-MONOS )

Viajante da meia-noite, de Hassan Fazili e também destaque para Emelie Mahdavian pelo roteiro e montagem e da também cineasta Fátima Hussaine (Catar, EUA, Reino Unido, Canadá, 2019) - Documentário simplesmente extraordinário. Aula de cinema. Trata-se de um filme necessário. Filmado por celular, essa saga da família de Hassan e Fátima, nos coloca dentro de um problema central hoje no mundo, que são os refugiados e suas migrações pelo mundo. Deveria entrar em cartaz, mas, infelizmente, acho que não entrará.
http://43.mostra.org/br/filme/9806-VIAJANTE-DA-MEIA-NOITE )

O Paraíso deve ser aqui, de Elia Suleiman (França, Catar, Alemanha, Canadá, Palestina, Turquia, 2019) - O palestino Elia Suleiman dirige e (se) interpreta neste filme de humor sarcástico e críticas sutis. Muito boa pedida.
http://43.mostra.org/br/filme/9789-O-PARAISO-DEVE-SER-AQUI )

Berlim-Jerusalém, de Amos Gitai (França, Israel, Itália, Holanda, Reino Unido, 1989) - O israelense Gitai é um clássico da cinematografia com cerca de 60 filmes, além várias publicações, exposições e uma peça de teatro. Critico da relação que seu país estabelece com a Palestina, viveu muito tempo em um autoexílio. Essa crítica se apresenta em muitas das suas obras. "Berlim-Jerusalém" é um dos seus filmes mais marcantes. Ganhou nesta Mostra o prêmio Leon Cakoff.
http://43.mostra.org/br/filme/1719-BERLIM-JERUSALEM )

A Grande Muralha Verde, de Jared P. Scott (Reino Unido, África - é assim que está no site da Mostra - , 2019) - Uma jornada de Inna Modja, cantora e ativista política de Mali pela região do Sahel, atravessando Senegal, Mali, Nigéria, Niger e Etiópia, 8 mil km, de oeste à leste da África, no ambicioso projeto de uma grande reflorestamento que tem como objetivo o resgate da natureza e consequente abertura de possibilidades para os povos locais. Ainda que ambicioso, um projeto plenamente factível à medida que consiga os recursos necessários. Precioso documentário de uma preciosa Inna Modja.
http://43.mostra.org/br/filme/9835-A-GRANDE-MURALHA-VERDE )

Fotógrafo de Guerra, de Boris Benjamim Bertran (Dinamarca, Finlândia, 2019) - Muito bom documentário sobre o fotógrafo Jan Grarup, que retrata o dilema da profissão com a vida familiar. Lembra um pouco a ficção vivida por Juliette Binoche em Mil Vezes Boa Noite.
http://43.mostra.org/br/filme/9875-FOTOGRAFO-DA-GUERRA )

Fim de Estação, de Elmar Imanov (Azerbaijão, Alemanha, Geórgia, 2019) - Drama vivido em família em que o tosco e o inusitado se apresentam. Não recomendaria.
http://43.mostra.org/br/filme/9783-FIM-DE-ESTACAO )

System Crasher, de Nora Fingscheid (Alemanha, 2019) - Muito difícil falar qualquer coisa desse filme. Há sempre a tensão no ar sobre a próxima ação que fará Benni, a menina de 9 anos incontrolável, interpretada de maneira rara por Helena Zengel. Levou o prêmio do juri da Mostra junto com Dente de Leite que não assisti. Acho que esse prêmio é indicativo de que esta Mostra esteve longe de ser das melhores. Seria o resultado do momento de tantas incertezas que vivemos no mundo?
http://43.mostra.org/br/filme/9826-SYSTEM-CRASHER )

Para fechar os Pitacos do ano, o lamento de não ter visto o documentário da Macedônia Honeyland e abaixo os ganhadores da Mostra:
http://43.mostra.org/br/conteudo/noticias-e-eventos/983

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

43° mostra internacional de cinema


Teve início a 43° Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (43.mostra), o mais tradicional e importante evento cinematográfico do país.
Nos últimos anos a Mostra teve como foco central os temas de ordem política, sobretudo aqueles que tratavam das migrações humanas (ver nossas críticas e pitacos anteriores em mostra).
A deste ano, além das obras premiadas nos festivais pelo mundo, o lado político se apresenta através do grande número de produções nacionais que serão apresentados como um caráter de resistência frente aos ataques obscurantistas às artes, à cultura e à educação do governo de extrema direita que governa hoje o país.
Essa resistência foi amplamente apontada por muitos daqueles que discursaram na abertura da Mostra na última quarta-feira no Auditório do Ibirapuera antes da exibição do filme brasileiro (apesar do nome) "Wasp Network", rodado em Cuba e em Miami, dirigido por um francês, Olivier Assayas, uma adaptação do livro "Os Últimos  Soldados da Guerra Fria" de Fernando Morais.
Assayas recebeu o prêmio Leon Kakof e terá uma retrospectiva com 15 dos seus filmes.

Este empório tentará, dentro das possibilidades deste editor, retomar o tradicional "pitacos da mostra".

Boa Mostra!

PS.: O catálogo da Mostra deste ano tem ilustração de Nina Pandolfo

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

42° mostra internacional de cinema de são paulo

Amanhã, 18 de outubro, tem início a 42° Mostra Internacional de Cinema de São Paulo .
Este empório que tradicionalmente acompanha e fornece lacônicos comentários de alguns filmes no "pitacos da mostra", talvez este ano não consiga realizá-la em função de outras atividades e pela coincidência do calendário encaixado entre o primeiro e o segundo turno dessa eleição que coloca o Brasil diante da beira do precipício. Neste momento, a prioridade e a respiração estão mais concentradas em criar pequenas possibilidade que talvez unidas consigam tirar o país da possibilidade da queda precipício abaixo.

De qualquer forma, sugerimos o acompanhamento nos blogs e sites que indicamos na seção "cinema" ao lado, e o do Fernando Oriente aqui.

Dentro do que seja possível, boa Mostra!

sábado, 30 de junho de 2018

100 anos de bergman

Direto ao ponto. O Cine Sesc homenageia Bergman no seu centenário:
centenário bergman

sábado, 2 de junho de 2018

todos os paulos do mundo

Paulo José, o grande ator, é, de fato, muitos Paulos. Cada um deles deixou uma marca na dramaturgia e, sobretudo, na cinematografia brasileira. "Todos os Paulos do mundo", filme de Gustavo Ribeiro e Rodrigo de Oliveira nos traz esses Paulos: dramáticos, cômicos, poéticos, românticos, políticos. Em tempos de escuridão, como o que vivemos, Paulo José nos acende uma vela.

Alessandra Alves colunista do Cinema em Cena, Carta Capital, detalha mais um pouco da trajetória que desembocou nesse belo documentário.
O link aqui

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

pitacos da mostra 2017

Os "pitacos da mostra" é uma seção tradicional deste empório com comentários ( e não necessariamente sinopses) brevíssimos dos filmes que vamos assistindo neste post que é dinâmico. Neste ano, o tempo ( sempre ele) se apresenta mais curto e talvez a seção seja mais enxuta. Boa Mostra!
(a partir de "mais informações")

sábado, 21 de outubro de 2017

41° mostra internacional de cinema de são paulo


Com dois dias de atraso, este empório que tradicionalmente acompanha a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, dá boas vindas ao maior e mais antigo evento cinematográfico do país.
Se na Mostra de 2016 os temas políticos foram a essência ( lembramos a postagem feita no ano passado aqui e os costumeiros pitacos da mostra ) a deste ano não fugirá dessa essência, tratando novamente da questão dos refugiados com o essencial filme do chinês radicado na Alemanha Ai Weiwei com o seu filme "Human Flow " e de outros temas da emergência do mundo atual. Há ainda, neste ano pela primeira vez, a apresentação de filmes com tecnologia de realidade virtual. Serão 19 ao todo. Mas como se tratam de mais de 400 filmes, a definição de uma linha conceitual acaba por ficar mais flexível, como de certa forma, sempre foi a proposta da Mostra.

Com o atropelo do tempo - tema, aliás, tão pertinente nos nossos "tempos" e do editor deste empório - trago o texto de Maria do Rosário Caetano da Revista de Cinema que apresenta as suas impressões a partir das considerações da diretora da Mostra, Renata de Almeida. O texto aqui 


(S
e o tempo for um aliado nas duas próximas semanas, este empório tentará postar paulatinamente os seus Pitacos da Mostra).



segunda-feira, 15 de maio de 2017

"deserto vermelho", um incômodo

Revi ontem, depois de, não sei, talvez vinte anos, o filme "Deserto Vermelho" de Michelangelo Antonioni que faz parte da grande mostra Aventura Antonioni que ocorre no Centro Cultural Banco do Brasil e no Sesc.
Terminado o filme, pensei que este deve ter sido um dos filmes de cabeceira de David Lynch em função da peculiar construção da narrativa e comecei a rascunhar uma crítica, interrompida, porque me senti contemplado com a crítica de Ruy Gardnier da Revista de Cinema Contracampo.
A personagem Giuliana, vivida por Monica Vitti, tem uma pertubação mental e a trama é toda enredada a partir dessa pertubação o que causa um certo incômodo no espectador.
Destaco uma frase, antes de reproduzir a crítica na íntegra: Deserto Vermelho consegue a enorme façanha de ser fiel à desorientação de sua personagem. É, de fato, uma façanha.


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(o texto clicando em "mais informações")

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

"human" por yann arthus-bertrand - volume 3

"O VOL.3 trata dos temas da felicidade, da educação, da deficiência, da corrupção e do sentido da
vida"

"human" por yann arthus-bertrand - volume 2

O VOL.2 trata dos temas da guerra, do perdão, da homossexualidade, da família e da vida após a
morte.

"human" por yann arthus-bertrand - volume 1

Yann Arthus-Bertrand é um fotógrafo e documentarista da vida. "Documentarista da vida", talvez seja uma boa definição para as realizações que ele faz através das suas fotos e de seus filmes. São peças com extraordinária beleza imagética e com conteúdos poderosos. Bertrand apresentou inicialmente várias regiões da Terra com imagens aéreas até começar a fazer filmes com temáticas ambientais apontando para os rumos aos quais o planeta está sendo levado. "Home" 2009, "Planeta Oceano" 2012 e "Terra" 2015, (imperdíveis) fazem parte dessa fase. Também em 2015 foi lançado o projeto "Human, uma viagem pela vida", que este empório agora reproduz os seus 3 capítulos já liberados no Youtube. Nesta postagem o primeiro e os posteriores nas postagens seguintes, acima.

"O VOL.1 trata dos temas do amor, das mulheres, do trabalho e da pobreza

domingo, 6 de novembro de 2016

um olhar sobre a mostra internacional de cinema de são paulo

A Mostra deste ano trouxe reflexões sobre o mundo que vivemos. Pena que, ainda que os espaços das salas sejam sempre muito disputados, essas reflexões acabam ficando concentradas num público que já está previamente interessado e aberto a essas reflexões. Essa Mostra teve claramente um caráter ainda mais político do que costuma ter. Além dos filmes de Bellochio e de Wajda, trouxe muitos dos temas contemporâneos: os conflitos políticos, os refugiados, os esquecidos, as guerras, os cantos do mundo... Tudo aquilo que a grande mídia ocidental evita mostrar e que foram apresentadas, não só nos filmes produzidos em países latino-americanos ou em países como Síria, Iraque, Afeganistão, Irã, Tunísia ou europeus como Polônia (com muitos novos diretores), Grécia, Eslováquia, República Tcheca, Romênia, Bulgária, Islândia, mas em filmes produzidos na França/Bélgica - como "O Caminho para Istambul" - ou mesmo nos EUA - como "Cameraperson" que tratam de questões emergentes de um novo ordenamento mundial, ou ainda filmes coproduzidos entre França/Alemanha/Irã ou Filipinas/Singapura ou Malásia/Filipinas ou Síria/Líbano ou ainda Síria/Iraque que produziram o excelente documento "A Vida na Fronteira" - comentado nos pitacos da mostra mais abaixo - entre muitos outros.
Num mundo em que até as comoções são seletivas - vide as diferenças das coberturas midiáticas de um atentado na Nigéria e outro em Paris -, a Mostra tem um caráter plural de mostrar um mundo sem filtros, além daquele que nos é apresentado. Neste tempo em que a reflexão é tão combatida e substituída pela vida padronizada e comprada, a Mostra é uma pequena boia de salvação.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

pitacos da mostra 2016

Iniciou-se este semana a 40° Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (link), o mais tradicional evento de cinema do Brasil. Estão sendo e serão exibidos mais de 300 filmes de 50 países. Há um forte viés político nesta Mostra com muitos diretores novos mas também com importantes retrospectivas, sobretudo do italino Marco Bellocchio e do polonês Andrzej Wajda, morto recentemente, mas também com a reapresentação do "Decálogo" de Kieslowski, de "Lucio Flávio, o passageiro da agonia", do Babenco e a homenagem dos 50 anos de "Persona" de Bergman.
Os Pitacos da Mostra é uma seção tradicional deste empório ( veja aqui) com comentários (e não necessariamente sinopses) brevíssimos dos filmes que vamos assistindo, neste que é um post dinâmico. ( Aqui todos as postagens do empório relacionadas ao cinema).

Tramontane, de Vatche Boulghourjian ( Líbano/França, 2016) - No mundo contemporâneo, em qualquer lugar dito civilizado, ter um registro de nascimento é a própria representação, ou possibilidade, da vida. Grande filme!

O Homem de Mármore, de Andrzej Wajda ( Polônia, 1976) - A Polônia de Hitler a Stalin. Clássico do diretor polonês que em 2008 fez a continuação com "O Homem de Ferro".

Poesia sem fim, de Alejandro Judorowsky (França/Chile, 2016) - Filme autobiográfico, Judorowsky revê o surreal e o grotesco da sua trajetória antes da chegada à Paris e o encontro com Fernando Arrabal. De perder o fôlego.

Um dia perfeito para voar, de Marc Recha ( Espanha, 2015) - uma pipa que se enrosca sempre nos arbustos. Tentativa de voo.

Aloys, Tobias Nöle ( Suiça/França, 2016) - A solidão cria os seus labirintos. Grande filme, à la David Lynch.

O Sol, o sol me cegou, de Anka Sasnal e Wilheim Sasnal (Polônia/Suiça, 2016) - Não há lugar no mundo. Sempre se é um estrangeiro, conforme já nos demonstrou Camus.

Porto, de Gabe Klinger ( EUA/França/Portugal, 2016 - Pequeno ( 87 min) grande filme. Com um roteiro que brinca com o tempo, uma noite que se instala na memória.

O caminho para Istambul, de Rachid Bouchareb ( Argélia/França/Bélgica, 2016) - Uma cacetada! "Vocês só querem os seus filhos enquanto nós, sírios, estamos morrendo". Uma fotografia terrível do mundo que inventamos.

O Violinista, de Bauddhayan Mukherji (India, 2016) - Um solo inspirado, dois desfechos possíveis. Outro pequeno (72 min) grande filme da ótima cinematografia indiana.

Futuro Perfeito, de Nele Wohlatz (Argentina, 2016) - Somos cada vez mais estrangeiros. Cinema experimental.

Ondas, de Grzegor Zariczny (Polônia, 2016) - A densidade dos desajustes se inicia na família.

Elle, de Paul Verhoeven(França/Alemanha, 2016) - Será que nos diferenciamos pelo grau de monstruosidades que cada um de nós carrega? Isabelle Huppert aceitou um papel de risco ao se associar a um Verhoeven que parece querer se livrar de Hollywood. Para uma França de Truffaut e Simone de Beauvoir, Elle parece como um ser estranho.

Somos todos estrangeiros, de Germano Pereira (Brasil/Síria, 2016) - Somos todos estrangeiros. Cada vez mais estrangeiros.

24 semanas, de Anne Zohra Berrached (Alemanha, 2016) - A questão sempre difícil do aborto e como as diferenças entre um país como Alemanha e outro como o Brasil se fazem presente. Um filme necessário. Infelizmente não pude ver o desfecho do filme, razão pela qual - só para este caso - sugiro a boa crítica de Luiz Santiago .

O Segredo da Câmara Escura, de Kiyoshi Kurosawa (França/Japão/Bélgica, 2016) - A realidade não pode ser fotografada. Uma instigante trama sobrenatural num filme essencialmente francês do japonês Kiyoshi Kurosawa.

David Lynch, a Vida de um Artista, de Rick Barnes (EUA, 2016) - Documentário sobre o enigmático diretor. Com começo, meio e fim.

Gurumbé.Canções de sua Memória Negra, de Miguel Ángel Rosales (Espanha, 2016) - Onde estão os negros de Sevilha?  E o Flamenco, qual a sua origem? Ótimo documentário sobre o tráfico negreiro.

Marie e os Náufragos, de Sebastian Barbeder (França, 2016) - Um escritor (por Eric Cantona. Sim, ele mesmo, Eric Cantona, o ex jogador), um sonâmbulo, um desempregado e ela, Marie ( a linda Vimala Pons). Une authentique comédie française.

Genco, o terrorista, de Esin Tepe ( Turquia, 2016) - . Documentário que trata da absurda condenação de Genco, após as manifestações em Gazi, em Istambul na Turquia. É perigoso viver.

A Vida na Fronteira  (Iraque/Síria, 2015) - A dor pode ser filmada. Não é um filme, é mais do que isso, razão da marcação com o destaque em vermelho. Deveria ser exibido em salas de aula pelo mundo afora. O diretor iraniano de origem curda Bahman Ghobaldi fornece a sua lente a oito crianças refugiadas em Kobani e Shangal na fonteira da Síria com o Iraque, para contarem elas mesmas as suas histórias como codiretoras. O resultado é tão emocionante quanto revoltante.  As crianças são: Basmeh Soleiman, Devlovan Kekha, Diar Omar, Hazem Khodeideh, Mahmod Ahmad, Ronah Ezzadin, Sami Hossein e Zohur Daeid.

Cameraperson, de Kirsten Johnson (EUA, 2016) - Uma câmera que procura imagens, seja na vida familiar, no cotidiano de uma parteira na Nigéria ou, sobretudo, nos horrores do mundo que a mídia ocidentalizada evita falar. Uma colcha de retalhos filmada durante 25 anos. Outro filme importante, num mundo em que até as comoções são seletivas.

Hide, de Mohamed Attia (Tunísia/Bélgica/França, 2016) - Hedi tem que tomar una decisão decisiva na sua vida. Não há dúvida quanto qual a melhor, menos para Hedi.

domingo, 25 de setembro de 2016

expedito em busca de outros nortes

O documentário Expedito em busca de outros nortes trata da questão da terra no sul do Pará. Mas é mais do que isso. Ao falar da questão agrária ele fala de todas as questões da relação de poder. Ao falar do sul do Pará ele está falando de todo o Brasil e também da América Latina. Expedito, o agricultor poeta, foi apenas mais uma das centenas de vítimas assassinadas. Entre 1985 e 2013 foram 645 vítimas no conflito do campo só na região do sul do Pará. São mais de mil somando com outras regiões.
Neste momento em que a democracia do país sofre um golpe e em que um judiciário seletivo volta a ganhar força, este documentário dirigido por Aída Marques e Beto Novaes é necessário.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

agenda de cinema

Desta vez apenas sinopses (oficiais) de quatro  bons filmes em cartaz em São Paulo.

Os Campos Voltarão

OS CAMPOS VOLTARÃO

Um grupo de soldados enfrenta uma série de dificuldades no front italiano, após os sangrentos combates em Altipiano, nordeste do país, em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial. A história se passa durante uma noite, na qual os acontecimentos se sucedem sem um padrão definido: as calmas montanhas podem se tornar um lugar onde os homens morrem. Mas todas as histórias contadas pelo filme são reais.
Direção e roteiro: Ermanno Olmi

As Montanhas se separam

China, final de 1999. Tao, uma jovem de Fenyang é cobiçada pelos seus dois amigos de infância, Zang e Lianzi. Zang é proprietário de um posto de gasolina e tem um futuro promissor, enquanto Liang trabalha em uma mina de carvão. No coração dos dois homens, Tao terá de fazer uma escolha que determina o seu destino e o futuro de seu filho, Dollar. Um século depois, entre uma China em profunda mutação e uma Austrália com a promessa de uma vida melhor, esperanças, amores e desilusões, esses personagens irão encontrar os seus caminhos.


Julieta

Julieta vive em Madri com sua filha Antía. Ambas sofrem em silêncio por conta da perda de Xoan, pai de Antía e marido de Julieta. Mas, quando a dor não aproxima as pessoas, ela separa. Quando Antía completa dezoito anos, ela abandona a mãe sem dar explicações. Julieta procura por ela de todas as maneiras, mas apenas descobre o quão pouco conhece sobre sua filha. Julieta fala sobre a luta de uma mãe que vive uma incerteza. Mas fala também sobre destino, complexo de culpa e o mistério que nos leva a abandonar pessoas que amamos, a deletar pessoas de nossas vidas como se elas nunca tivessem representado nada, como se elas nunca tivessem existido.
Janis Joplin: Little Girl Blue
Ela criou um lugar para as mulheres no mundo do rock. Ela foi a pioneira. Seu nome: Janis Joplin. A garota branca com uma voz feroz, com soul, que invadiu a cena musical dominado pelos homens. Nascida em uma pequena cidade do Texas, Janis, que morreu em 1970, aos 27 anos, ganha agora um documentário que revela a história de um ícone, uma mulher em uma América ultra-conservadora, lutando contra seus demônios interiores e vícios, e que em apenas poucos anos de carreira marcou para sempre a história do rock and roll.



quinta-feira, 12 de maio de 2016

"tanga, deu no new york times?", filme de henfil, atualiza o brasil

Nos anos 80 Henfil criou uma sátira parodiando o Brasil, terra das bananas. O país imaginário era "Tanga", mas pode chamar de Brasil.

terça-feira, 3 de maio de 2016

cineasta se retira de festival em protesto contra convite a fhc


Da página Luta pela democracia, no Facebook 
Quinta-feira, dia 26, a direção do Festival de Cinema da Associação de Estudos Latino-americanos recebeu carta da cineasta, jornalista e professora-pesquisadora Anita Leandro retirando seu filme Retratos de Identificação da programação da mostra. A causa foi o convite que os organizadores do XXXIV Congresso da LASA fizeram ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, um dos mentores do golpe parlamentar em andamento, para realizar uma conferência sobre a evolução da democracia institucional.
Em carta aberta aos espectadores e espectadoras do Festival, a pesquisadora da UFRJ explica suas razões: 
"Enquanto eleitora e cidadã brasileira, defensora do respeito às regras do jogo democrático, não posso admitir que o meu filme, que denuncia crimes ainda impunes da ditadura militar, seja projetado num evento que traz como convidado o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, um dos partidos articuladores do processo de impeachment sem base legal contra a Presidente Dilma Roussef ..."
Eis a íntegra da carta:
Carta aberta aos participantes do LASA Film Festival 2016
Caros(as) espectadores(as),
Lamento ter que retirar meu filme, Retratos de identificação, da programação do LASA Film Festival 2016. Mas trata-se, para mim, de uma obrigação cívica.
Enquanto eleitora e cidadã brasileira, defensora do respeito às regras do jogo democrático, não posso admitir que o meu filme, que denuncia crimes ainda impunes da ditadura militar, seja projetado num evento que traz como convidado o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, um dos partidos articuladores do processo de impeachment sem base legal contra a Presidente Dilma Roussef, eleita pelo voto direto pela maioria da população brasileira nas eleições de 2014. O ex-presidente e seu partido se unem às mesmas forças conservadores e golpistas que levaram o Brasil a uma ditadura militar em 1964 e a 21 anos de obscurantismo.
Alinho-me, aqui, àqueles que já subscreveram o documento pedindo a retirada do convite da LASA ao ex-presidente para falar sobre a evolução da democracia institucional, precisamente no momento mais frágil desse processo, quando o próprio Cardoso e seu partido “não hesitam em pôr em risco a paz interna e a democracia”.
O clima político no país se degenera, organizado por forças civis de centro, de direita e de extrema direita, com o apoio de ampla parcela da grande mídia e de juízes ligados a partidos políticos claramente insatisfeitos com o resultado das últimas eleições presidenciais. Esses grupos fizeram de um processo de impeachment uma tribuna de propagação de ideologias fascistas e apologia a crimes de tortura, extermínio, homofobia, misoginia, racismo de cor e de classe.
Seria uma honra atender ao amável convite para mostrar Retratos de identificação no LASA Film Festival em 2016. Mas, infelizmente, as circunstâncias atuais me impedem de fazê-lo.
Anita Leandro
Realizadora de Retratos de identificação



quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

foi-se ettore scola







sábado, 24 de outubro de 2015

pitacos da mostra 2015

Como já fizemos em duas Mostras ( ver links na postagem anterior) faremos comentários rápidos dos filmes assistidos.

Meu amigo hindu, de Hector Babenco (Brasil) – autobiográfico egocêntrico falado em inglês, ainda que rodado em São Paulo. Babenco já esteve melhor.
Vovó esta dançando na mesa, de Hanna Sköld (Suécia) – O nome sugere um filme leve, talvez até humorístico. Que nada! Denso e incômodo em bons roteiro e direção.
Sob nuvens elétricas, de Alexei German (Rússia) – Tradição do cinema russo. Dividido em capítulos o filme carrega o peso de um mundo sem cor e sem futuro. Em mais de 2 horas, o filme desafia o espectador.
Príncipe, de Sam de Jong (Holanda) – Em toda Mostra há equívocos, não tem jeito! Este filme é um dos maiores.
Chronic, de Michel Franco, roteiro e direção (México/França) – Vencedor de melhor roteiro em Cannes. Um enfermeiro estabelece uma relação grandiosamente humana com seus pacientes terminais. Um atropelamento!
Dheepan, o Refúgio, de Jacques Audiard (França) – Vencedor da Palma de Ouro em Cannes. Talvez um exagero. Dheepan um ex soldado em Sri Lanka tenta largar a guerra mas a guerra não larga Dheepan.
Olmo e a Gaivota, de Petra Costa e Lea Glob ( Brasil, Dinamarca, Portugal, França, mas é universal) – A diretora queria contar a história de um dia na vida de uma mulher, mas ao descobrir a gravidez da atriz, contou a história da gravidez, envolta por todas as circunstâncias psicológicas. Um pequeno grande filme. Imperdível!
Eva & Leon, de Emile Cherpitel (França) – Água com açúcar. Muita açúcar.
Barash, de Michal Vinik ( Israel) - Conflito árabe-israelense apenas como pano de fundo  para um outro conflito: a questão universal contemporânea da condição urbana que marca  a vida na adolescência. Bom filme com cenas ousadas.
Eisenstein in Guanajuato (ou Que viva México! 10 Dias que Abalaram o México), de Peter Greenaway - Não sei o que deu em Greenaway. Parece que quis ser polêmico. Foi apenas ridículo. Um desrespeito ao cinema.
Imortal, de Hadi Mohaghegh (Irã) - Mohagheh segue a tradição do cinema iraniano, de Kiarostami, Makhmalbaf, Panahi entre outros, em uma história densa entre um avô que busca a morte e o seu neto que tenta evitá-la. Mas é necessário citar Rouzbeh Raiga, o fotógrafo, que faz do filme uma obra-prima da fotografia cinematográfica. Filme para ser publicado em livro.
O Esgrimista, de Klaus Härö ( Estônia, Finlândia, Alemanha) - História real do mestre de esgrima estônio Endel Nelis envolto com as questões do pós guerra. Bom filme mas com história contada de forma enquadrada pela emoção mais fácil.
Desde Allá, de Lorenzo Vigas (Venezuela, México) - A relação homoafetiva do filme não é a questão central, mas, talvez, a relação de poder e o egoísmo. O roteiro escorrega e muito até por se pretender abarcar mais do que o tema pede, gerando  poucas verossimilhanças. Vencedor do Leão de Ouro de Veneza, o filme foi vaiado no festival. Nesse caso, não dá para vaiar a vaia.
Chico - Artista brasileiro, de Miguel Faria Júnior (Brasil) - Bom, o filme é sobre o Chico, então..., bom..., não dá pra perder!
Longo Caminho Rumo ao Norte, de Rémi Chayé (França) - Animação francesa sobre a menina Sasha que segue a trajetória do avô rumo ao Polo Norte. Boa diversão.
Catedrais da Cultura, de seis diretores: Kairim Aïnouz, Michael Glawogger, Wim Wenders, Michael  Madsen, Robert Redford e Margreth Olin (Alemanha, Dinamarca, Áustria, Noruega). Projeto grandioso e inusitado, como as obras arquitetônicas que protagonizam o filme. São as "catedrais da cultura", que, no filme, literalmente falam. Estão representadas pela Filarmônica de Berlim, "um ícone da modernidade"; a Biblioteca Nacional da Rússia, "um reino dos pensamentos"; a Prisão de Halden, "a mais humana do mundo"; o Salk Institute,"o instituto da inovação científica"; a Oslo Opera House, "uma simbiose futurista de arte e vida" e o Centro Pompidou, "uma máquina da cultura moderna". Tudo isso em 3D. Grande obra!
O Culpado, de Gerd Schneider (Alemanha) - Igreja e pedofilia. Temas polêmicos são sempre muito difíceis de serem tratados. Schneider, que quase foi padre antes de virar cineasta, abordou a questão no caráter psicológico e no caráter político e realizou um grande filme. É preciso vê-lo.
A Estreita Faixa Amarela (La Delgada Linea Amarilla), de Celso Garcia (México) - Entre a linha física e a abstrata, aquela que nos separa e nos guia. De um tema aparentemente simples o diretor fez um bom filme mas que quase derrapa no sentimentalismo.
Guerra, de Tobias Lindholm (Dinamarca) - Exércitos são uma das provas que a curta experiência humana não deu certo. Lindholm monta o seu exército no Afeganistão, supostamente para salvar a população civil das mãos do Talebã e humaniza seus soldados. "Há algo de podre no reino da Dinamarca".
Pardais, de Rúnar Rúnarsson, (Islândia, Dinamarca, Croácia) - A vida na adolescência ( e além dela) carrega seus traumas, mesmo na Islândia. O filme violenta a inocência e densifica a sensibilidade. Foi o vencedor da Mostra.
Carta Branca, de Jaceck Lusinski (Polônia) - Filme enxuto, que conta a história real de um carismático professor vivendo o drama da perda da visão. Roteiro bem cuidado e algumas boas sacadas imagéticas, como filmar os cabos de conexão de troleibus elétricos na luz noturna e na luz diurna.
Kaminsk e eu, de Wolfgang Becker (Bélgica, Alemanha) - Becker não dirigia um filme desde 2003 com o aclamado Adeus Lenin. Tanto tempo não enferrujou o diretor alemão. "Kaminsk e eu" tem um ritmo e um vigor que não deixa a trama, quase surreal, se perder. Tomara que o próximo filme não demore tanto.

Pardais, de R

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

mostra internacional de cinema

Hoje tem início a 39º Mostra Internacional de Cinema de São Paulo ( mostra )o mais antigo e tradicional festival de cinema do Brasil.
Este ano serão apresentados um número grande de filmes premiados em outros festivais. Veja aqui quem são eles, com as respectivas fichas técnicas e trailers. 

Aqui outras postagens em que falamos da Mostra )