sexta-feira, 5 de junho de 2015

picasso, miró, kandinsk e muito mais

Guernica, obra de 1937 de Picasso que na exposição do CCBB é apresentado o seu projeto.
Miró
São Paulo é uma cidade marcada por suas inúmeras e diversas contradições. Seja no clima, que pode apresentar mais de uma estação em um único dia, ou nas desavergonhadas diferenças sócio-econômicas escancaradas em cada esquina. Se há um lado em que a cidade mostra a sua face explicitamente conservadora, há um outro em que a apreensão de novos saberes são construídos nas oficinas das Casas de Cultura espalhadas pelas suas periferias. Ao mesmo tempo em que a cidade abarca comportamentos tão pouco citadinos, acolhe outras experiências culturais  com exposições que atraem multidões. É o que acontece mais uma vez este ano.
No que se refere à difusão cultural, São Paulo, em 2015, ao mesmo tempo em que foi palco da destilação do ódio de uma parcela estridente da sua população, sempre instigada pela mídia local, foi e está sendo o ano de revisitações a importantes movimentos da arte no século 20, movimentos que forneceram significativos subsídios para o entendimento deste que foi o século de duas guerras mundias, de novos ordenamentos políticos e de mudanças que estabeleceram uma relação de tempo muito mais rápida.
Nas exposições pela cidade, há uma viagem pelo abstracionismo, pelo dadaísmo, pelo cubismo, pelo surrealismo, pela arte performática. Depois da exposição de Dali, Picasso desembarcou no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), acompanhado do mesmo Dali, de Miró, de Juan Gris, de Antonio Tàpies, de Julio González entre outros. No Centro Cultural Tomie Ohtake, Miró é a estrela única. O russo Kandinsk desembarca em São Paulo no CCBB em julho, com a exposição "Kandinsky: tudo começa num ponto". Uma outra exposição, de caráter performático, já encerrada, deixou a sua marca no ano: a sérvia, por vezes desconcertante, Marina Abramovic esteve no Sesc Pompéia. Já no ano passado, uma outra exposição da japonesa Yayoi Kusama, também performática e também desconcertante, por outros motivos,  levou mais de 500 mil pessoas ao Tomie Ohtake.
Kandinsk
Picasso, Miró e Kandinsk em uma mesma temporada é um privilégio.

Requer-se, agora, para uma boa fruição, uma boa dose de espírito livre.



PS.: sobre filas e exposições fizemos um outra postagem em 2012 aqui / sobre "arte" mais 25 postagens, aqui


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