Na Mostra Internacional de Cinema de 2014 a Folha de São Paulo
passou vergonha. A Folha tradicionalmente é uma das empresas
patrocinadoras da Mostra e antes de todas as seções, era veiculado um filminho
publicitário que tentava fazer crer aos incautos que o jornal era praticante da
pluralidade e da isenção política. As reações na platéia se dividiam entre o
riso e a vaia.
Ressabiada, a Folha não veiculou
nenhum filminho na Mostra de 2015 e na cerimônia de abertura no auditório do
Ibirapuera lotado, o seu representante não escapou de ser testemunha de uma
cena que não deve ter gostado: a do prefeito Fernando Haddad ser
ovacionado pelo público presente. Até a revista Veja na sua versão de São
Paulo (quem diria!), mencionou o acontecimento (ver aqui ).
Haddad tem sido uma das vítimas do mau jornalismo da Folha e muito provavelmente, se o prefeito tivesse sido vaiado, teria sido objeto de uma matéria na edição do dia seguinte, só não se sabe se no caderno de política ou de cultura.
O fato é que o perfil do leitor da Folha vem mudando ao longo dos anos.
O leitor de jornais mais engajado com as questões culturais e mais à esquerda, ficou refém lá pelos anos 80, com a diminuição do fôlego do mítico Caderno B do Jornal do Brasil que começou a ser editado no início dos anos 60, e encontrou nos cadernos Folhetim e Ilustrada da Folha o seu jornal. A Folha passava a ser então naquela época, o jornal dos intelectuais e dos que pensavam a política de forma mais progressista. Mas os dois novos cadernos culturais não se encerravam neles mesmos: apontavam que estava ocorrendo uma mudança editorial do jornal. Descobriríamos mais tarde que não se tratava de uma guinada ideológica da Folha mas simplesmente uma tacada de marketing e uma oportunidade de mercado que levava o jornal a ocupar um espaço que estava vago. A investida deu certo e a Folha passa naquele momento a ser o jornal mais vendido do país.
Haddad tem sido uma das vítimas do mau jornalismo da Folha e muito provavelmente, se o prefeito tivesse sido vaiado, teria sido objeto de uma matéria na edição do dia seguinte, só não se sabe se no caderno de política ou de cultura.
O fato é que o perfil do leitor da Folha vem mudando ao longo dos anos.
O leitor de jornais mais engajado com as questões culturais e mais à esquerda, ficou refém lá pelos anos 80, com a diminuição do fôlego do mítico Caderno B do Jornal do Brasil que começou a ser editado no início dos anos 60, e encontrou nos cadernos Folhetim e Ilustrada da Folha o seu jornal. A Folha passava a ser então naquela época, o jornal dos intelectuais e dos que pensavam a política de forma mais progressista. Mas os dois novos cadernos culturais não se encerravam neles mesmos: apontavam que estava ocorrendo uma mudança editorial do jornal. Descobriríamos mais tarde que não se tratava de uma guinada ideológica da Folha mas simplesmente uma tacada de marketing e uma oportunidade de mercado que levava o jornal a ocupar um espaço que estava vago. A investida deu certo e a Folha passa naquele momento a ser o jornal mais vendido do país.
O Jornal que apoiou a ditadura,
fornecendo até mesmo automóveis para ações da repressão, se portava agora como
um veículo de comunicação progressista e com um caráter democrático.
(segue em "mais informações")
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