segunda-feira, 24 de setembro de 2012

quem foi artemisia gentileschi ?


Quem for à exposição “Caravaggio e seus seguidores” no Masp, que se encerra em 30 de setembro, verá uma obra de Artemísia Gentilesch(1593-1653).  Como eu, acho que muitos tiveram ou terão a curiosidade de saber quem era essa figura que, em pleno século 17, em um meio tão essencialmente masculino se destacou entre tantos pintores.
Mas, evidentemente, seu percurso  não foi nada fácil. Filha do pintor Orazio Gentileschi – que também tem uma obra na exposição – Artemísia foi recusada na Escola de Artes de Roma, por ser mulher.  Depois dos primeiros ensinamentos de seu pai, ele mesmo a encaminha ao pintor e discípulo Agostino Tassi. Inicia-se aí um drama que percorrerá pela vida de Artemísia e influenciará na sua obra. Artemísia é violada por Tassi. Ao caso, sucedeu-se um longo processo judicial em que Artemísia foi muito exposta, tendo que sair de Roma para se preservar e sair da ótica e da moral da igreja romana. Tassi
acabou condenado, mas graça a influências, não cumpriu a pena.  Há versões que relatam que Artemísia passou de vítima à ré, e caiu nas mãos da inquisição, sendo torturada. Essa versão é apresentada por Susan Vreeland, no livro A paixão de Artemísia  (editora José Olyimpio)
De qualquer forma, Artemísia se instala posteriormente em Florença, onde é aceita como a primeira mulher na Academia de Artes de Florença, mas não antes sem ter se casado para ser aceita em sociedade.
Muitos dos temas em que Artemísia trabalha, como o quadro “Judite decapitando Holofermes” ( na sequência, após quebra de página), parece refletir um certo acerto de contas com o passado. É forte também na sua obra a presença da mulher como heroína, sempre em trabalhos com grande elaboração da luz e da sombra na linha da escola de Caravaggio.
Artemísia teve, tardiamente, grande reconhecimento.
{(*) nesta página, acima, um auto-retrato}

Além do livro, há também um filme: Artemísia (Artemmisia - passione estrema) de 1997, dirigido por Agnès Merlet, com Valentina Cervi no papel título
(veja outras obras clicando em "mais informações)


sábado, 15 de setembro de 2012

bienal de são paulo

 
 
A 30º Bienal de São Paulo está aberta ( http://www.bienal.org.br/ ). Pretendo escrever algo sobre esta Bienal. Enquanto não o faço, posto o link do artigo algo sobre arte, escrito por conta da 29º Bienal em 2010.


terça-feira, 11 de setembro de 2012

a cidade das exposições, e das filas

Filas, filas e mais filas. Essa é a São Paulo dos pontos de ônibus, das bilheterias e catracas do Metrô, dos bares, dos serviços públicos, da Famiglia Mancini, dos jogos do Corinthians, dos eventos e das exposições.
Sobre as exposições, são muitas - algumas delas mencionadas neste Empório - e entre elas as de muito apelo, como a dos Impressionistas no Centro Cultural Banco do Brasil, a de
Caravaggio no Masp, a Bienal, com 348 obras de Artur Bispo do
Rosário e de mais 110 artistas de vários cantos do mundo. Já terminaram as filas da Bienal do Livro e no mês que vem começam as filas da Mostra Internacional de Cinema.
A fila é um componente da paisagem da cidade, quase um patrimônio a ser tombado.  O paulistano está tão acostumado com elas que mesmo em cinemas e teatros com lugares previamente marcados, ela, displicente, aparece. Nos finais de semana, é de bom tom, não abandoná-las. São carregadas e esparramadas nas vias Anchieta e Imigrantes no caminho do litoral.
A significância da fila é tão grande em São Paulo que um prefeito, de má memória, tentou burlá-la, e criou o "Fura-fila", um projeto de transporte com veículo leve sobre pneus.  Não, este não era o apelido, cunhado pelo cancioneiro popular, era o nome oficial. O projeto patinou nas mãos dos prefeitos que o sucederam mas o nome foi alterado várias vezes, sempre sem muita criatividade, mas pelo menos deixaram no limbo, o nome tão pouco citadino.
(continua..)