Difícil a arte de juntar o cinema e a pintura, mas foi isso que fez, com maestria, o diretor polonês Lech Majewski com o seu premiado "O Moinho e a Cruz". Derek Jarman já havia colocado modelos humanos em representação de pinturas famosas no seu Caravaggio em 1986, mas Majewski foi além.
O filme, com poucos diálogos e um impacto visual fascinante, parte da pintura "O Caminho do Calvário" (também conhecida como "A Procissão para o Calvário") de Pieter Bruegel e se passa na idade média nos Flandres - atual Bélgica - invadida pelos espanhóis.
Majewski recria os símbolos da crucificação de cristo com personagens como a virgem Maria e Judas, tendo como pano de fundo os ritos cotidianos da sociedade flamenga do século 16 sempre a partir da tela de Bruegel.
O ator Rutger Hauer representa Bruegel no filme.
Belíssima fotografia em um filme diferente que merece ser visto na telona. Pena que foi pouco distribuído. Em São Paulo está sendo exibido apenas no Espaço Itaú do Shopping Frei Caneca.
O diretor Lech Majewski, pouco conhecido no Brasil é, além de cineasta, artista plástico, poeta, músico e diretor de teatro. Entre seus filmes, destacam-se Prisoner of Rio (1988), que conta a história do ladrão de trem Ronald Biggs e Wojaczek de 1999, vencedor do prêmio de melhor direção no Polish Film Festival. Em 1996, escreveu o roteiro de Basquiat - Traços de Uma Vida, de Julian Schnabel.
(Desta vez fiz apenas o apontamento do filme. Sugiro duas boas críticas:
http://www.revistacinetica.com.br/omoinhoeacruz.htm )
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