terça-feira, 24 de maio de 2016

golpe: o monstro de três cabeças

O vazamento das conversas de Sérgio Machado e Romero Jucá escancara aquilo que todos já sabiam: primeiro que houve de fato um golpe e que o golpe não é apenas resultado do binômio entre oposição e o oligopólio midiático. O golpe contou com o seu terceiro e fundamental elemento: o aparato jurídico do país. O golpe é como como Cérbero, o monstruoso cachorro de três cabeças da mitologia grega.
A PGR e o STF tinham conhecimento das gravações das conversas desde março e sabiam, portanto, do desvio de finalidade do impeachment, como bem aponta o Nassif , e nada fizeram. O STF também teve a oportunidade de colocar ordem no país três dias antes do circo de horrores ocorrido no dia 17 de abril embaixo da lona armada no Congresso Nacional e resolveu enfiar a cabeça no buraco cavado no assoalho da corte magistral.
Agora, mesmo num momento absolutamente surreal da nossa cena política atual, o Brasil estaria inaugurando para o mundo, o movimento do hipersurrealismo, se essa bomba atômica for transformada em uma biribinha. Não podemos nunca subestimar, entretanto, capacidade de articulação dos arquitetos do golpe, sobretudo pelo fato de terem o apoio da incrível capacidade de construção de uma narrativa muito peculiar dos donos da comunicação do país.

Além do link do Nassif acima destacamos o artigo do jornalista Glenn Greenwald no intercept, de Kiko Nogueira no DCM e de Paulo Moreira Leite no 247.

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