quarta-feira, 4 de abril de 2012

giacometti, de chirico e modigliani

Jean-Paul Sartre descreveu as esculturas de Giacometti como "retrato de todos os homens". O filósofo francês escreveu dois belíssimos ensaios sobre a obra de Alberto Giacometti, suiço-italiano nascido em 1901. Os ensaios foram publicados pela Editora Martins Fontes.
A oportunidade de mencionar os ensaios de Sartre se dá pela grande exposição de Giacometti aberta em março e que ficará até 17 de junho na Pinacoteca de São Paulo contando com 280 obras. Seguirá para o Rio, no MAM, e encerrará esse curto ciclo sulamericano em Buenos Aires a partir de outubro.
Giacometti não é, propriamente, um artista popular, mas suas obras sempre causaram grande fascínio. Em 2010 um exemplar de "O homem caminhado I" alcançou em um leilão em Londres a exorbitante quantia de 65 milhões de libras.
Véronique Wiesinger, curadora da mostra e diretora da Fundação Alberto e Annette Giacometti tenta resumir: "A arte de Giacometti é muito generosa, já que fala para todos. É como um buraco negro no qual você é estimulado a depositar tudo que está dentro de você: memórias, sensações, visões, experiências" . Essas sensações talvez sejam a razão das enormes filas que têm se formado quase todos os dias em frente à Pinacoteca.

Em São Paulo uma outra grande exposição: a do artista grego Giorgio De Chirico, " o sentimento da arquitetura".
Nascido no final do século 19, De Chirico influenciou não só muitos artistas, mas também um  movimento, o surrealismo, ainda que de uma forma indireta. As formas de um delírio pictórico, não representavam os sonhos, base do surrealismo, mas a visão metafísica do artista inspiraram os surrealistas a transgredirem a ordem direta da representação. Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti foram dois artistas brasileiros muito identificados com De Chirico e outro, Iberê Camargo, chegou a ser seu aluno.
A exposição, com 45 pinturas, 11 esculturas e 66 litografias fica no MASP até maio e segue para a Casa Fiat de Cultura em Belo Horizonte.

A terceira grande exposição é a do italiano Amedeo Modigliani, intitulada "Modigliani: imagens de uma vida". São apenas 12 pinturas e 5 esculturas, mas o enfoque principal é apresentar a trajetória do artista e para isso, são apresentadas obras de pintores contemporâneos que influenciaram ou foram influenciados por ele, além de documentos que perpassam a conturbada vida do artista precocemente falecido com apenas 36 anos.
A Mostra fica no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro até maio, ou talvez junho, e depois desembarca em São Paulo no MASP.

2 comentários:

Anônimo disse...

Das três, só vi De Chirico e escrevi sobre em http://wp.me/p1YOKS-3k. Preciso ver urgentemente Modigliani e suas mulheres sexys e pescoçudas no Masp. Abraços, Fernando do Valle (zonacurva.wordpress.com)

Gê Cesar de Paula disse...

Obrigado pela visita Fernando. Eu diria que as três exposições são de grande importância pro mundo das artes, mas se há uma que é absolutamente imperdível é a do Giacometti na Pinacoteca. Além do "peso" do Giacometti, são 280 obras das mais significativas em uma exposição muito bem montada. Se puder, não perca.