Quando o filme se inicia, nos deparamos com uma tela em formato 1:37, quadrada, o que já nos coloca em um cenário diferente do que nos acostumamos com o formato widescreen que hoje, saiu do cinema para invadir as nossas televisões. O filme é, ainda, em preto e branco, naquilo que se revelará uma belíssima e adequada fotografia.
Anna é uma jovem noviça que desconhece o seu passado e que esta prestes a fazer os votos definitivos para se tornar uma freira e viver eternamente no convento em que está desde que ficou órfã. O ato é interrompido pela madre superior que a obriga a conhecer o único membro da sua família que restou: a sua tia Wanda, " a vermelha", uma juíza amargurada que carrega com dignidade a história de uma Polônia em dívida com o seu passado e que vê na bebida, no cigarro e nos encontros sexuais furtivos a razão paralela de uma vida que perdeu o sentido.
O encontro das duas escancara um choque de realidade. Para Anna, tão logo se conhecem, sem subterfúgios, a tia lhe revela que seu nome é Ida, e que ela é filha de judeus que foram mortos durante a Segunda Guerra. Para Wanda, a sobrinha é a personificação da irmã assassinada.
A busca dos corpos enterrados, será uma jornada sensível e densamente humana e se transformará no encontro e no desamparo que selará a história das duas personagens.
Um filme para sentir.
Ida, de Pawel Pawilikowski, com as ótimas Agata Trzebuchowska (Anna/Ida) e Agata Kulessza ( Wanda), em São Paulo no Cine Livraria Cultura.
O trailer aqui
2 comentários:
Interessantíssimo! Quero assistir!
Vale à pena Fernando!
Abç.
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