sexta-feira, 11 de março de 2016

1964 é agora

Março de 2016 está cada vez mais parecendo março de 1964. Na marcha ensandecida dos últimos acontecimentos, o país anoiteceu com o surreal pedido de prisão preventiva do ex presidente Lula, ação realizada por três moleques de gravata do ministério público (em minúsculo) de São Paulo, que mereceram o bombardeio até dos setores da direita que estão cotidianamente tramando o golpe. A crítica da direita aos moleques se dá, evidentemente, porque eles estão de uma certa forma, atrapalhando o caminho já desenhado para o rito (i)natural do golpe. Sabem, os golpista profissionais, que ações intempestivas como essa dos moleques, podem incitar a parte lúcida do país e, portanto, atrapalhar os planos. Mas há o perigo que, feito o estrago, os profissionais acelerem o processo e aí as consequências podem ser ainda mais dramáticas.
Era de se esperar que, passados mais de 50 anos do último golpe, nós estivéssemos caminhando no sentido do processo de consolidação da nossa democracia, mas claro fica agora, que enquanto o poder da comunicação do país estiver oligopolizado na mão de meia dúzia de famílias - uma delas com poderes quase que absolutos - esse processo será abortado sempre que elas entenderem necessário.
Domingo, como em 64, está se tentando uma nova "Marcha pela Família com Deus pela liberdade".
O momento é de muita tensão, mas também deve ser o de muita atenção.

Um comentário:

Lengo D'Noronha disse...

O mais grave é a falta de conhecimento dos mais jovens sobre o que é um golpe.