sábado, 29 de dezembro de 2007
Ficha Técnica
Xiquexique (Tom Zé e Zé Miguel Wisnik) Vozes: Arnaldo Antunes, Nà Ozzetti, Luanda, Nilza Maria, Tom Ze, Zé Miguel Wisnik, Paulo Tatit Sanfonas.: Toninho FerraguttiViolão e Baixolão: Gilberto Assis Bandolim: Jarbas MarizGuitarra: Marco Prado Percussão: Marcos SuzanoFontes (bochexaxado, bexiguinha no dente): Tom Zé, Neto.
terça-feira, 25 de dezembro de 2007
Outros equívocos...
O Instante, que Borges não só escreveria, como escreveu
Equívocos literários (3)
Equívocos literários (2)
sábado, 8 de dezembro de 2007
Equívocos literários (1)
Nem sempre se sabe a origem, e por vezes, nem mesmo a razão, mas inúmeros equívocos literários foram espalhados mundo afora, e muitos deles alcançam quase uma condição de verdade irretorquível. Um deles é um poema que se chamaria “A caminho com Maiakovski” e que seria de autoria de Bertolt Brecht. Também já disseram ser de Maiakovsk. O poema seria assim: domingo, 25 de novembro de 2007
Jogo de Cena
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
sertão
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
sobre a leveza
sobre a leveza (continuação)
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
reabrindo o empório
sinal em T2, com tênue realce pós-contrastes, comprometendo parte da (minha) medular óssea da porção antero-medial do tálus e da porção póstero-lateral do calcâneo, assim como do maéolo tibila medial, podendo corresponder a fratura incompleta do microtrabeculado ósseo. Não poderia deixar de mencionar, e por que não, agradecer, as más definições das(minhas) fibras dos ligamentos fíbulo talar e subtalar e – não poderia esquecer – do ligamento tíbio talar anterior pouco espessado, o qual apresenta alteração do sinal habitual e pelo seu sugestivo espessamento cicatricial. Não fosse este meu tornozelo – no popular – “bichado” -que me obrigou a um repouso com o pé imobilizado-, e o amigo Marcel não teria, em visita cordial, criado este blog, obra que eu jamais saberia como fazê-la. Hoje o pé já pisa firme no chão, mas o blog, reconheço, tropeça pelos caminhos. No início imaginei que postaria algumas fotos e os meus poemas e ponto. Mas foi tomando outra forma e o que é mais marcante: sem nenhuma regularidade. Nem com relação à peridiocidade; nem com relação aos temas; nem com relação a nada. Tenho lá os meus quase dez leitores – caso consideremos que aquilo que posto neste empório, sejam matérias de leituras –, e, potencialmente, tenho mais de 200 milhões de leitores espalhados pelo mundo (“minha pátria é minha língua”!), fruto do poderio colonizador dos nossos bravios e desbravadores irmãos portugueses. Vamos à luta, então!
Esqueçamos, ora pois, a minha medular calcânea óssea, e também os meus potenciais leitores de além mar, para que eu possa dizer apenas e tão somente, que estou tentando reabrir este empório empoeirado e que gostaria de deixá-lo aberto, com todos os seus penduricalhos, à mercê dos olhares dos que passam na rua, das moscas dos dias e dos vaga-lumes das noites e, principalmente, dos meus quase dez fregueses para que eu possa receber as suas generosas caixinhas.., digo, contribuições. Escrevamos pois!terça-feira, 2 de outubro de 2007
Resenha crítica: Dois Irmãos, de Milton Hatoum
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
domingo, 2 de setembro de 2007
1° de setembro de 1910: poesia e futebol
PS 1: Há muita literatura boa com o tema futebol. Vou lembrar três: “Cuentos de Fútbol Argentino”, seleção de contos organizados por Roberto Fontanarrosa” e editado pela Alfaguara (sem tradução, ainda, para o português) que apresenta 18 contos, entre eles, Jorge Luis Borges e Adolfo Bioy Casares. “Futebol, ao Sol e à Sombra”, de Eduardo Galeano, editora LPM. E “A Dança dos Deuses, Futebol, Sociedade e Cultura”, do historiador medievalista Hilário Franco Júnior, editado recentemente pela Cia. das Letras. Deste livro tiro duas frases: “Torcer supõe alterar a configuração de um evento, moldar psiquicamente um fato para adequá-lo ao espaço do desejo”. E, “No futebol, o vencedor comemora e o perdedor justifica. Como na vida. Entretanto, o futebol apresenta um fator positivo do ponto de vista psicológico: cada partida, cada temporada, oferece a esperança de um novo recomeço. Reescrever periodicamente o script da vida só é possível no futebol”.
PS 2: Dois momentos históricos (e de poesia popular): http://www.youtube.com/watch?v=sGVILAjGs-o&NR=1 http://www.youtube.com/watch?v=NqNqYgnK7Lc&mode=related&search=
sábado, 25 de agosto de 2007
Milton Santos
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
Santiago
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
Astor Piazzola
terça-feira, 14 de agosto de 2007
Medos Privados em Lugares Públicos
sábado, 11 de agosto de 2007
Sorriso
O sorriso, palavra de derivação do latin, subrisu é apresentado, no Houaiss, como expressão facial em que os lábios se distendem para os lados e os cantos da boca se elevam ligeiramente, e que expressa alegria, amabilidade, contentamento, aprovação. Muitas vezes - por razões que fazem parte da evolução(!) humana - não conseguimos distender os lábios para os lados da boca para que se elevem, nem mesmo, por vezes, ligeiramente. Há que se fazer exercícios nas musculaturas da face de forma que a nossa evolução não atrofie os nossos lábios a ponto de não mais conseguirem se distenderem para os lados da boca para que se elevem:
Vejam alguns desses exercícios:



- A internet nos possibilita descobrir coisas inusitadas. Inicialmente peço desculpas pela minha ignorância geográfica aos “sorridentes”, que imagino serem aqueles quem nascem em Sorriso, cidade do interior do Mato Grosso. No sítio da cidade, que pode se ver em www.sorriso.mt.gov.br/ -, pelo menos o prefeito e o vice-prefeito, distendendo os lábios para os lados da boca de forma que se elevem, demonstram estarem aptos para exercerem o poder local.
- A poesia também sorriu muitas vezes. Manuel Bandeira nos deixou:
Um Sorriso
Vinha caindo a tarde. /Era um poente de agosto. /A sombra já enoitava as moutas. A umidade/Aveludava o musgo. E tanta suavidade/Havia, de fazer chorar nesse sol-posto. /A viração do oceano acariciava o rosto/Como incorpóreas mãos. Fosse ágoa ou saudade, /Tu olhavas, sem ver, os vales e a cidade. /- Foi então que senti sorrir o meu desgosto... /Ao fundo o mar batia a crista dos escolhos... /Depois o céu... e mar e céus azuis: dir-se-ia /Prolongarem a cor ingênua de teus olhos... /A paisagem ficou espiritualizada. /Tinha adquirido uma alma. E uma nova poesia / Desceu do céu, subiu do mar, cantou na estrada...
Drummond, em um trecho de “América”, diz ,
“Sou apenas um homem/ Um homem pequenino à beira de um rio/ Vejo as águas que passam e não as compreendo/ ...Sou apenas o sorriso na face de um homem calado”
Já a Rita, levou o meu (na verdade o do Chico) sorriso, no sorriso dela meu (do Chico) assunto. Mas, nos cotidianos, sempre temos “um sorriso pontual”. Mas o Chico foi além e em Baioque, digamos, foi ao chão:
Quando eu canto, que se cuide quem não for meu irmão/O meu canto, punhalada, não conhece o perdão/Quando eu rio/Quando eu rio, rio seco como é seco o sertão/Meu sorriso é uma fenda escavada no chão
Ferreira Gular pego em pleno ato, capturou um sorriso:
Quando/com minhas mãos de labareda/te acendo e em rosa/ embaixo/ te espetalas/quando/ com minha acesa antorcha e cego/penetro a noite de tua flor que exala/urina /e mel /que busco eu com toda essa assassina/fúria de macho? que busco eu/ em fogo/ aqui embaixo? / senão colher com a repentina/ mão do delírio/ uma outra flor: a do sorriso/ que no alto o teu rosto ilumina?
Na internet, pincei ainda uma pitada de auto-ajuda sem contra-indicações:
Um sorriso não custa nada e rende muito.Enriquece quem o recebe e não empobrece quem o dá. Dura somente um instante, mas sua recordação é quase eterna. Ninguém é tão rico que o possa dispensar.Ninguém é tão pobre que não o possa dar. Cria felicidade no lar; é sustento no trabalho; sinal visível de uma amizade profunda. Um sorriso representa repouso no cansaço; coragem no desânimo; consolo na tristeza; e alívio na angústia. É um bem que não se pode comprar, nem emprestar, nem roubar, porque só tem valor no instante em que se dá. Se encontrar, por acaso, alguém que recusa um esperado sorriso, seja generoso em dar o seu, pois ninguém tanto necessita dele como aquele que não sabe dá-lo aos demais.
Já sabemos que o sorriso tem função terapêutica, mas pesquisadores portugueses fizeram uma recente descoberta. Reproduzo um trecho da matéria:
Os sorrisos, sobretudo os femininos, exercem efeito terapêutico em pessoas depressivas, indica um estudo científico inédito realizado por um investigador português.
O trabalho, da autoria do director do Laboratório de Expressão Facial d a Emoção da Universidade Fernando Pessoa, do Porto, Freitas-Magalhães, foi reali zado de 2003 a 2006, tendo por base 160 pessoas diagnosticadas com depressão (80 homens e 80 mulheres) com idades entre 25 e 60 anos. Segundo as conclusões, a apresentar em Janeiro de 2007 na reunião anual da Sociedade para a Personalidade e a Psicologia Social (SPSP) em Memphis, Tenn essee (EUA), o sorriso "largo" (quando os lábios deixam ver os dentes) e o "supe rior" (que mostra apenas os dentes de cima) são os de maior efeito terapêutico. No estudo foram mostradas aos participantes oito fotografias com quatro tipos de sorriso de homem e outros tantos de mulher que, além daqueles dois, in cluíam os "fechado" e "da face neutra", de efeitos foram considerados residuais. "O efeito dos tipos de sorriso largo e superior é mais intenso e freque nte nas mulheres do que nos homens, independentemente do género de quem os exibe ", sendo que os das mulheres exercem mais efeito do que os dos homens, refere o estudo.(...)
Portanto, mulheres, para o bem da humanidade, exercitem os lábios de forma que se distendam para os lados e os cantos da boca se elevem, expressando, amabilidade, contentamento, aprovação. Embaixo, então, a minha contribuição, com o sorriso mais lindo que eu conheci:
terça-feira, 31 de julho de 2007
segunda-feira, 30 de julho de 2007
Ingmar Bergman (1918-2007)
Sobre Vidas e Robôs
Uma cidade cinza. Ruínas, poeira. Naves supersônicas riscam o céu. Uma bruma solta no ar. Personagens estranhos (e cinzas) com seus olhos baixos, circunspectos. Eles protegem os seus medos. Olhos mecânicos vigiam as ruínas, a poeira, o cinza, as brumas e os personagens estranhos. No centro da cena, um policial robô agarra pela perna e arrasta pelo chão um homem ensangüentado, ao mesmo tempo em que aponta para ele uma arma letal. Em volta, o cotidiano. A cena poderia fazer parte de um filme de Fritz Lang ou um texto de Arthur Clarke ou Isaac Asimov. Poderia ser Los Angeles em 2.050. Não era. O ano é 2.002 em algum lugar de Israel. A cena passou despercebida nos noticiários porque tudo se passa despercebido. Vivemos a era do efêmero. Uma notícia engole a outra, numa antropofagia quase que sistêmica. Nada tem valor. Nada importa. O mundo se banalizou. Repito: um robô arrastou um ser humano pelas ruas de uma cidade de Israel. Esse robô não se individualiza como as pessoas cinzas que protegem os seus medos. Esse robô não interpreta as ruínas e as poeiras. Ele as atravessa. Para esse robô, os seres humanos não são seres estranhos, porque em realidade, eles sequer “são”. Esse robô pode prender e matar um ser humano. Um ser humano que cria cinzas, poeiras, ruínas e robôs.sábado, 23 de junho de 2007
posta-se sobreposta em silhuetas
em reflexos de poças d’água
por espectros prédios dissimulados
[ponho-me em sombra]
pequenos os olhos que crispam
vaga-lumes elétricos
e corrompem o ar no breu que nos aconchega
como um manto que não acalenta
mas que nos enlevam em anjos
o seu orvalho





